RESG - Festa de Fim-de-Ano

27 jan 2014

RESG - Festa de Fim-de-Ano

31 de Dezembro de 2013 – O Presidente da República de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamajo, na alocução de fim-de-ano na Missão de Timor-Leste agradeceu ao “ilustre timorense” José Ramos-Horta a sua “experiência e dedicação”, exemplos “a transmitir a todos os guineenses”.

Serifo Nhamajo falava na noite de passagem de ano na Missão (de Timor-Leste) de Apoio ao Processo de Recenseamento Eleitoral na Guiné-Bissau, num evento co-organizado pelo Representante Especial do Secretário-Geral (RESG) das Nações Unidas (ONU), José Ramos-Horta, ex-Chefe de Estado de Timor-Leste e Nobel da Paz, e pelo chefe daquela missão, o Secretário de Estado da Descentralização Administrativa timorense, Tomás Cabral.

Serifo Nhamajo enalteceu, na personalidade de José Ramos-Horta, “a amizade, dedicação e solidariedade da comunidade timorense, neste caso não só com a capa da ONU como RESG, mas também como ilustre timorense, ex-Presidente da República e Nobel da Paz: nós fazemos votos para que esta experiência e dedicação sejam transmitidas a todos os guineenses e que possamos retirar ilações positivas do seu empenhamento, bem como de toda a comunidade timorense”.

O Chefe de Estado de transição foi peremtório: “É nos momentos difíceis que se conhece os irmãos, os amigos; se todos nos juntarmos para que a transição seja pacífica, o próximo poder terá maior facilidade em galvanizar [esforços para] o desenvolvimento pretendido”.

Por seu turno, José Ramos-Horta declarou: “Juntos, vamos tentar contribuir - dentro da modéstia da ONU e juntamente com todos os outros parceiros – para levar a bom termo a realização das eleições em Março e o retorno à ordem constitucional, para que um novo capítulo de democracia, estabilidade e desenvolvimento se abra para a Guiné-Bissau”.

As palavras do Presidente da República de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamajo, em transcrição textual e na íntegra, foram as seguintes:
Desejo a todos um feliz Ano Novo e que a amizade Guiné-Bissau – Timor-Leste seja cada vez mais consolidade, bem como a da Guiné-Bissau com o mundo, através das Nações Unidas e dos outros parceiros, sejam a União Africana (UA), CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e UE (União Europeia). Que 2014 seja o ano da reintegraçã da Guiné-Bissau no concerto das Nações.

Para que tenhamos um país estável e próspero, é preciso o esforço de todos sem exceção. Temos de fazer um esforço para coabitar na diferença e no respeito mútuo entre as pessoas, os Estados e, ao nível da política partidária, que também a família política guineense saiba fazer um esforço para a coabitação, para que haja inclusão, e não exclusão, para que possamos de facto fazer eleições tranquilas e transparentes.

Àquele que ganhar, que lhe seja dada a oportunidade de terminar o mandato e, depois, ser sancionado nas eleiçoes seguintes, de modo à Guiné-Bissau poder definitivamente inaugurar um ciclo de eleições com o ajuste de contas [político feito] nas urnas e não pela via da força, com a colocação de pessoas no poder pela via do voto e não através de outras vias.

Quero agradecer ao Presidente Ramos-Horta a amizade, dedicação e solidariedade da comunidade timorense, neste caso não só com a capa da ONU como RESG, mas também como ilustre timorense, ex-Presidente da República e Nobel da Paz: nós fazemos votos para que esta experiência e dedicação sejam transmitidas a todos os guineenses e que possamos retirar ilações positivas do seu empenhamento, bem como de toda a comunidade timorense.
Continuaria a falar destas boas ações até ao amanhecer, do nosso querido amigo Presidente Ramos-Horta e da comunidade timorense, mas vou repetir o que já disse em várias ocasiões anteriormente: é nos momentos difíceis que se conhece os irmãos, os amigos; se todos nos juntarmos para que a transição seja pacífica, o próximo poder terá maior facilidade em galvanizar [esforços para] o desenvolvimento pretendido.

Se formos incapazes de gerir e de estancar a avalancha de dificuldades, então o próximo poder perderá muito tempo a enfrentar os problemas, em vez de pensar no desenvolvimento.
Oxalá com o vosso esforço e solidariedade possamos viver 2014 com transquilidade e galvanizar o país para o que todos almejamos, para o entendimento nacional, a coabitação na diferença e pensar três vezes, sempre pela Guiné-Bissau.
Muito obrigado pela amizade, muita saúde, felicidade e prosperidade para todos.

A intervenção textual e na íntegra do RESG, José Ramos-Horta, foi a seguinte:
Em repesentação do UNIOGBS (Gabinete das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau) e em parceia com a Missão de Apoio ao Processo de Recenseament Eleitoral na Guiné-Bissau realizamos este pequeno encontro para agradecer toda a hospitalidade dos guineenses que nos acolheram na Pátria de Amílar Cabral.

Juntos, vamos tentar contribuir - dentro da modéstia da ONU e junamente com todos os outros parceiros – para levar a bom termo a realização das eleções em Março e o retorno à ordem constitucional, para que um novo capítulo de democracia, estabilidade e desenvolvimento se abra para a Guiné-Bissau.

Para o povo da Guiné-Bissau em geral e para cada um, em particular, familias inclusivé, os meus votos de felicidades pessoais para 2014.

O chefe da Missão (de Timor-Leste) de Apoio ao Processo de Recenseament Eleitoral na Guiné-Bissau, o Secretário de Estado da Descentralização Administrativa do V Governo Constitucional timorense, Tomás Cabral, precisou que o exemplo do seu país se traduz na construção e fortalecimentos das instituições ao longo da última década, desde a restauração da independência, com a paz, estabilidade e desenvolvimento nacional sedimentados, e processos eleitorais conduzidos com eficácia e transparência reconhecidas por toda a comunidade internacional.

No ato, participado por cerca de duas centenas de convidados, além do Presidente da República de transição da Guiné-Bissau marcaram também presença o Primeiro-Ministro, Eng.Rui Duarte de Barros, membros do Governo, altas patentes militares, líderes partidários nomeadamente do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e PRS (Partido para a Renovação Social) – destacados membros do pacto -, corpo diplomático e representantes de organizações internacionais, entre outras personalidades.