Sociedade civil da Guiné-Bissau aprova agenda comum para a paz e o desenvolvimento sustentável

Mais de 20 organizações e redes da sociedade civil na Guiné-Bissau, no dia 18 de junho, aprovaram uma agenda comum para promover a paz e o desenvolvimento sustentável no seu país e concordaram em estabelecer um mecanismo de coordenação para ação conjunta.

21 ago 2020

Sociedade civil da Guiné-Bissau aprova agenda comum para a paz e o desenvolvimento sustentável

A agenda aprovada tem cinco eixos, a saber, Promoção do diálogo político entre os atores políticos; Promoção e fiscalização do Estado de Direito, justiça e combate à impunidade; Promoção da transparência e combate à corrupção; melhor coordenação das ações das OSCs no combate ao COVID 19; Promoção e acompanhamento dos compromissos anteriores de estabilidade - Pacto de estabilidade.

A iniciativa surgiu após reflexão conjunta nas últimas semanas dos líderes das OSC que concluíram que a sociedade civil na Guiné-Bissau estava dividida, vulnerável à influência política e não deu seguimento a iniciativas anteriores, como o Pacto de Estabilidade de fevereiro de 2019. Concluiram ainda que essas fraquezas estavam a fazer com que a sociedade civil perdesse credibilidade, eficácia e impacto. Fazem parte do grupo as principais organizações e redes do país, tais como Movimento da Sociedade Civil, Liga Guineense dos Direitos Humanos, Plataforma Política Feminina, Rede de Associações Juvenis (RENAJ) e Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

As OSCs vão agora trabalhar na estratégia para levar adiante a sua agenda. “Não estamos aqui para criar uma organização, estamos aqui para criar um espaço de coordenação para termos uma agenda nacional comum para a paz e o desenvolvimento sustentável”, afirmou Fode Carambá Sanha, líder do Movimento. “Não estamos vinculados a nenhum partido político. Todos devemos evitar e denunciar tudo o que possa prejudicar nosso desenvolvimento e prejudicar o povo deste país. Cada um de nós deve fazer um esforço para convidar outras pessoas a fazerem parte deste espaço.

Qualquer organização pode propor um tema a ser debatido para se chegar a uma posição comum”, afirmou Fode Carambá Sanha explicando os princípios que norteiam a plataforma comum da sociedade civil. Augusto Mário, presidente da Liga dos Direitos Humanos, disse por sua vez que “Não é a primeira vez que tentamos fortalecer a nossa ação conjunta, muitas vezes conseguimos, às vezes falhamos”.

“A tecnologia agora oferece-nos a oportunidade de estender nossa discussão aos nossos membros nas regiões”, afirmou Augusto Mário destacando a participação de membros de OSCs das regiões via videoconferência. As Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS e PNUD) e a União Europeia apoiam esta iniciativa.