Ramos-Horta com Presidente Nhamajo: "luz verde" para diálogo nacional aprofundado

27 jan 2014

Ramos-Horta com Presidente Nhamajo: "luz verde" para diálogo nacional aprofundado

31 de Dezembro de 2013 – O Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, e o Presidente da República de transição, Serifo Nhamajo, deram hoje “luz verde” ao diálogo entre partidos políticos e sociedade civil, em vésperas das eleições.

“O Presidente Serifo Nhamajo concordou em que deve ser feito um esforço conjunto com as Nações Unidas para promover "um diálogo muito abrangente, aprofundado, envolvendo todos os sectores civis e militares, políticos e sociedade civil, diálogo de guineenses com guineenses, para pensarem a Guiné-Bissau e o seu futuro", declarou José Ramos-Horta à saída do encontro, no Palácio Presidencial, em Bissau.

O Representante Especial do Secretário-geral (RESG) precisou que o Chefe de Estado de transição “está em consulta com as forças políticas no sentido de haver uma alteração à lei por forma a encurtar prazos para que se possa levar avante o ato eleitoral como previsto, a meados de Março”.

Quanto à solidariedade de Timor-Leste no processo eleitoral, segundo o RESG o Presidente de transição “afirmou peremptoriamente que, se não fosse este apoio, o recenseamento nem sequer teria começado”, admitindo mesmo parecer haver uma certa “inveja”, por parte de “certos interesses”, em relação ao papel de Dili.

“Enquanto RESG e timorense, só tenho palavras de elogio para a equipa timorense e para o governo do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, pela solidariedade para com a Guiné-Bissau nos momentos difíceis que o país atravessa”, indicou.

E observou: “É nos momentos difíceis que se vê quem são e quem não são os amigos, e Timor-Leste preencheu uma lacuna extremamente importante para que o processo de recenseamento possa ter começado”.

No último dia do ano, o Nobel da Paz teve a seguir outra reunião com o Primeiro-Ministro de transição, Eng.Rui Duarte Barros, no Palácio do Governo, com quem, além do calendário da próxima consulta popular, tratou também dos resultados das investigações, ainda pendentes de divulgação, nomeadamente sobre o assassínio de um cidadão nigeriano e ataque à representação diplomática daquele país em Outubro, bem como do espancamento do Ministro dos Transportes e Telecomunicações, Orlando Viegas Mendes, em Novembro.

“Enquanto Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas continuo à espera das conclusões das investigações e atribuição de responsabilidades sobre o selvático e indesculpável ataque à Embaixada da Nigéria e o assassínio de dois cidadãos, um deles nigeriano, em Outubro”, lembrou José Ramos-Horta.

O RESG deplorou “o envolvimento de uma rádio local bissau-guineense, que lançou deliberadamente para o ar falsas informações e, sabendo que eram falsas, foi cúmplice no linchamento de cidadãos inocentes e no ataque à representação diplomática nigeriana”.

“Continuo sem nada saber acerca da atribuição de responsabilidades em relação aos implicados nestes casos”, concluiu.