O Representante Especial visita Hospital dirigido através de parceria Governo-ONG

12 jun 2013

O Representante Especial visita Hospital dirigido através de parceria Governo-ONG

11 de Junho de 2013 - O Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, visitou terca-feira, 11 de Junho, o Hospital Raoul Follereau, uma instituição de saúde, em Bissau, administrada nos termos de um acordo com o Governo da Guiné-Bissau.

A visita foi parte de uma ronda pelas instituições de saúde levada a cabo nas últimas semanas pelo Representante Especial. Outras instituições visitadas por Ramos-Horta incluem o Hospital Militar de Bissau, o Hospital Simão Mendes, em Bissau, e o Hospital de Bafatá, no leste do país.

O Hospital Raoul Follereau é administrado pela Aid, Health and Development (AHEAD), uma ONG italiana. Mediante um acordo com o Governo, o Estado fornece energia elétrica, medicação TB e paga os salários dos funcionários guineenses da instituição, de acordo com o Fábio Riccardi, da AHEAD. A ONG, cujos membros são voluntários, se ocupa do resto. Os serviços prestados são gratuítos e a instituição cultiva a maior parte dos legumes e frutas que os pacientes consomem.

Ramos-Horta disse que tem estado a visitar os hospitais para estar melhor informado e consiente dos problemas de saúde no país. Lembrando a sua visita à outra instituição, notou que o Hospital Millitar, construído e equipado pela República Popular da China, está bem equipado, mas tem a falta de pessoal de saúde. Este hospital, onde cerca de 90 por cento dos pacientes são civis, dispõe de profissionais de saúde da Guiné-Bissau, China, do Grupo de Acompanhamento da Comunidade Económica dos Estados da Africa ocidental (CEDEAO), ECOMIG, mas continua a necessitar de mais, segundo os seus administradores.

Por outro lado, o Hospital Simão Mendes, que é o principal hospital do país, encontra-se num estado lamentável e necessita ser completamente reformado e modernizado, disse o Representante Especial.

Apesar das crises pelas quais a Guiné-Bissau tem passado, e dos problemas de financiamento que têm afetado o país nos últimos meses, "de vez em quando, encontramos oásis de sucesso, de bom trabalho", disse Ramos-Horta no fim da visita ao Hospital Raoul Follereau. "Este hospital é um desses oásis", enfatizou.

O setor da saúde constituí um dos principais desafios para a Guiné-Bissau, como indicam os dados disponíveis.

Em 2007, haviam sete enfermeiros e um médico para cada 10,000 habitantes na Guiné-Bissau, de acordo com o perfil da Guiné-Bissau, produzido pelo Africa Health Workforce Observatory (AHWO), uma rede de países e organizações promovida pelo Gabinete Regional para a África da Organização Mundial de Saúde. Segundo o relatório da AHWO, foi difícil motivar os profissionais de saúde a permanecerem nos serviços de saúde e citou a Direção de Recursos Humanos da Guiné-Bissau, estimando que 48% do pessoal de saúde deixaria o setor até 2015.

Em 2010, foram registadas 790 mortes maternas para cada 100,000 nados-vivos na Guiné-Bissau, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, o qual menciona ainda que de cada 1,000 bebés nascidos no país, 150 não sobrevivem até os cinco anos de idade.