Na Guiné-Bissau, o Dia Mundial da População foi observado em Buba e Bissau, sob o tema "Investir em meninas em assegurar o futuro". Em Buba as atividades, lideradas pelo Ministério da Cultura Juventude e Desporto com o apoio do UNFPA, tiveram lugar no escritório regional UNIOGBIS. Durante a cerimónia principal, os melhores alunos de todas as regiões do país deram o seu testemunho, cinco jovens empresários compartilharam sua experiência e mensagens inspiradoras sobre a importância de investir em meninas. A tarde foi dedicada a explorar questões relacionadas com o dividendo demográfico, promovendo workshops sobre empreendedorismo e emprego, educação e saúde sexual e reprodutiva para mais de 70 participantes.

Na capital, Bissau, as Nações Unidas celebraram o Dia Mundial da População em conjunto com as redes de mulheres e jovens, incluindo todos os grupos religiosos, que se juntaram sob o tema "Não bembu Guiné" (eu levo Guiné) para mostrar o seu trabalho através de uma mostra de comércio e exposição de fotos - também destacando SDG 5 -, e chamar para a paz e estabilidade para que o país pode entrar no caminho do desenvolvimento. As mulheres e o parlamento da juventude tiveram a oportunidade de apresentar e submeter um manifesto para os órgãos de soberania e líderes políticos apelando à estabilidade e boa governação.

A presidente do Parlamento Nacional Infantil, Nela Montija de 17 anos de idade, diz que o seu sonho é “ver o sorriso nas caras de todas as crianças da Guiné-Bissau, ver os seus direitos serem respeitadas, ver garantidas o ensino de qualidade e acesso ao serviço de saúde de qualidade”.

Aissatu Forbs Djaló, de 24 anos de idade é Presidente da Rede Nacional de Jovens, Mulheres Líderes (RENAGELF) e vice presidente do Conselho Nacional de Juventude. Esta jovem activista sonha ver “uma juventude unida, uma juventude onde a participação das raparigas seja igual à dos rapazes tanto em competência como em número, acabar com casamento forçado e precoce como também capacitá-las para evitar gravidezes indesejáveis, o que as impede de se reafirmarem como mulheres e como profissionais”.

A Representante do Fundo das Nações Unidas para as Populações, Kourtoum Nacro sublinhou que se investirmos tanto nas raparigas como nos rapazes a sociedade vai ser melhor.

“A nossa abordagem é realmente investir nos jovens e investir também na igualdade de género. O grande obstáculo das raparigas guineenses é o casamento forçado, elas são obrigadas a casar-se muito cedo e abandonam a escola, enquanto os seus irmãos continuam, por isso deve-se investir nelas, só assim terão a oportunidade de estar ao mesmo nível que os homens. O outro grande obstáculo é a mutilação genital feminina, o estado deve fazer grande esforço para acabar com esta prática nefasta a saúde da mulher”, sublinhou Nacro.