Bissau-Guineenses querem pacto de estabilidade

6 mai 2016

Bissau-Guineenses querem pacto de estabilidade

Os participantes das Jornadas de reflexão -“Nô Mistida i Estabilidade”, que decorreram de 27 a 28 de Abril, na Assembleia Nacional Popular, em Bissau, organizadas pelo UNIOGBIS, recomendaram que os órgãos de soberania e as forças vivas da sociedade Bissau-guineense assinem um pacto de estabilidade em torno de prioridades nacionais que garanta a governabilidade do país até final da legislatura e por um período de 10 anos.

Durante dois dias de trabalho os cerca de 200 participantes – de todos os sectores da sociedade - debateram sobre os mecanismos de concertação entre os poderes previstos na constituição, mecanismos geradores de confiança e instrumentos de seguimento e apropriação nacional de um eventual pacto de estabilidade. No final do encontro saíram recomendações que irão servir de base para elaboração de um possível pacto de estabilidade que serão assinados por todos os partidos políticos e depois depositados no Supremo Tribunal de Justiça.

Os participantes consideraram o evento positivo e apelaram às autoridades e aos líderes políticos para porem na prática as recomendações saídas desse encontro, nomeadamente que os órgãos de soberania nomeiem três pessoas independentes para redigir um pacto de estabilidade que garanta a governação do país pelo menos até ao fim da legislatura.

Ao início dos trabalhos no dia 27, a representante da organização das “Mindjeris di Guiné bó lanta”, Nelvina Barreto dizia “não estar com expectativa elevada relativamente a estas jornadas, já participei em várias conferências, infelizmente o nosso país é fértil nos momentos como esse, so em crises, e me parece que também que só em momentos de crises é que juntamos para falar das nossas vidas, uma situação que devemos reverter”.

A ministra de saúde, Cadi Seidi disse por sua vez que “qualquer encontro que facilita diálogo, que facilite a compreensão, mas compreensão na base de verdade, compreensão na base de justiça e respeito às leis e a constituição da república é sempre bem-vindo, por só assim é que podemos desabafar as nossas mágoas e ao mesmo tempo chegar a um consenso para sairmos da situação em que encontramos”.

O régulo da secção de Suzana, Queba Djedju, um dos 10 chefes tradicionais que vieram de todas as regiões para participar no encontro considera como única saída fazer a presidência da república e a prematura sentar-se a mesma mesa.

O RESG Miguel Trovoada considerou que os resultados foram além das expectativas e que as conclusões incluem pistas e propostas concretas que cabe agora às autoridade levar para a frente.

“Parto com a esperança de que a crise que se vive hoje no país pode ter os dias contados, se aquele que são encarregues do povo da Guiné-Bissau para poder realizar os seus desígnios a uma vida melhor entenderem que assim devem proceder”, afirmou Trovoada no acto do encerramento das jornadas.