Vila de Nhinte acolhe celebração do Dia Mundial da Alimentação na Guiné-Bissau

O Dia Mundial de Alimentação, foi a assinalado a 16 de Outubro sob o lema: “Nossas Ações São Nosso Futuro. Um Mundo de Fome ZERO até 2030 é possível”.

O Dia Mundial de Alimentação, foi a assinalado a 16 de Outubro sob o lema: “Nossas Ações São Nosso Futuro. Um Mundo de Fome ZERO até 2030 é possível”.

O Dia Mundial de Alimentação, foi a assinalado a 16 de Outubro sob o lema: “Nossas Ações São Nosso Futuro. Um Mundo de Fome ZERO até 2030 é possível”.

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17 out 2018

Vila de Nhinte acolhe celebração do Dia Mundial da Alimentação na Guiné-Bissau

Na Guiné-Bissau a efeméride foi comemorada na tabanca de Nhinté, região de Cacheu, na presença das Representantes da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), do ministro da agricultura e os seus técnicos. O objectivo do evento foi apoiar e sensibilizar as mulheres a diversificarem as suas culturas para não dependerem só da produção de arroz e da castanha-de-caju.

Procedeu-se também a uma entrega de materiais e dois hectares de terra para três associações femininas, incluindo duas da aldeia de Nhinte e uma da aldeia de Pete devastadas pelas tempestades e inundações onde os habitantes perderam quase tudo. 

A Representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e agricultura, Yannick Rasoarimanana, disse estar “satisfeita” com as celebrações. “Através de um projecto financiado pelo Banco Africano para o Desenvolvimento, a aldeia irá beneficiar também de materiais de irrigação e um poço que irá funcionar com energia solar”, acrescentou a representante da FAO.

A Guiné-Bissau começou este ano a demonstrar progressos na luta contra a fome, revela o sistema de monitoramento nutricional do país, indicando que a insegurança alimentar entre a população rural passou de 30,6% no final de 2016 para 20% em outubro de 2017. A queda teria sido motivada, sobretudo, pelo aumento do preço da castanha-de-caju, um dos principais produtos agrícolas do país. 

O estudo indica também que apenas 4,7% de crianças de seis meses a dois anos de idade recebem uma dieta mínima adequada. Das crianças atendidas pelo Programa Alimentar Mundial (PMA), 10% receberam alimentação adequada.

Na região de Bafatá, no leste do país, continua, no entanto, a registar-se um elevado numero de casos de desnutrição, principalmente entre as crianças. “Por dia recebemos mais de 20 crianças malnutridas no centro”, disse a responsável do Centro de Recuperação Nutricional de região de Bafata, Irmã Inanilda da Luz Cabral Correia. 

“A  cantina escolar tem ajudado muito neste sentido, oferecendo refeições para 181 escolas na região de Bafata não só para deminuir a taxa de desnutrição, mas também deminuir a taxa de abandono escolar principalmente entre as meninas”, garante o inspector da educação da região, Adama Seidi. 

Para o presidente da Associação Nacional dos Agricultores (ANAG), Jaime Boles Gomes, “o país deve organizar-se em cooperativas para garantir a sustentabilidade do sector e erradicar a fome e a pobreza, porque  nós, os agricultores temos condições naturais favoraveis para abastecer o país com os produtos localmente produzidos e até exportar para os países vizinhos, basta só apostar na diversificação da cultura, disse jaime Boles”.

O director-geral da agricultura, Carlos Mateus Amarante, disse que “o ministério dispõe de dois documentos de políticas estratégicas com as prioridades bem definidas para o desenvolvimento do sector e erradicação da fome.” A implementação destas politicas está a ser financiada pela União africana e CEDEAO. “Dentro de pouco tempo vai-se organizar uma mesa redonda para conseguir mais fundos para os nove projectos no quadro destas políticas.”, revelou.

De acordo com o último relatório da FAO de 2018, mais de 820 milhões de pessoas sofrem de desnutrição crónical. “Nós podemos mudar isso” , refere o documento. Na Guiné-Bissau a luta contra a fome e a erradicação da pobreza são cruciais para promover a estabilidade e uma condição para o desenvolvimento sustentável