UNIOGBIS capacita mulheres para uma maior participação na política e esferas de tomada de decisão na Guiné-Bissau

Bissau, 31 dez 2015 - O Gabinete Integrado das Nações Unidas para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), através de suas seções e unidades, incluindo os Assuntos Políticos, Género e Informação Pública apoiaram de 27 a 29 de Dezembro, formações para organizações da sociedade civil e grupos de mulheres sobre a comunicação, lobby e Advocacia , simultaneamente, em Bafatá, Buba e São Domingos.

4 jan 2016

UNIOGBIS capacita mulheres para uma maior participação na política e esferas de tomada de decisão na Guiné-Bissau

A formação destinada para 25 participantes em cada cidade contribuiu para aumentar a capacidade dos participantes e permitir- lhes  desempenhar um papel construtivo no processo democrático e da  governação na Guiné-Bissau. Ela também incidiu-se sobre a participação das mulheres na política e na esfera de  tomada de decisões no país. A formação foi ministrada por especialistas e pesquisadores afectos ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP, acrónimo Português).

Em Buba, a cerimónia de abertura foi presidida pelo primeiro-ministro, Carlos Correia que assegurou aos participantes o seu apoio político para a adopção de uma proposta de projecto de lei sobre quotas para as mulheres.

Em São Domingos (norte), Bafatá (leste) ou Buba (sul), as sessões de formação foram seguidas por trabalho de grupo, envolvendo questões como: “a configuração actual do sistema político representativo”, “como levar as mulheres para o Parlamento?”, “o que é que as mulheres podem trazer de novo ao Parlamento?” e, finalmente, “como implicar e mobilizar outros atores sociais a um movimento nacional pró-paridade?”

Mais de metade da população da Guiné-Bissau é composta por mulheres. Entretanto, no seio dos decisores políticos, só 10 porcento são mulheres, segundo indicadores das Nações Unidas divulgados antes do escrutínio de 2014. Os homens continuam a tomar decisões importantes no país.

Além disso, em Março de 2014, observou-se que várias entidades que promovem a igualdade de género lançaram um estudo sobre a participação das mulheres na política e esferas de tomada de decisão no país, o que, de acordo com as Nações Unidas em Bissau estava em declínio ao contrário do que verifica em outros países africanos.

Este estudo deixou 17 recomendações ao Estado, organizações da sociedade civil, redes de mulheres e agências de cooperação sobre o que fazer para inverter o cenário, incluindo a alteração da lei; a concessão de linhas de crédito exclusivas para as mulheres; a criação de observatórios de organização das mulheres, fóruns e redes associativas, de acordo com Silvina Tavares, vice-presidente da Plataforma Mulheres Política (PPM).

Não podia ser coincidência que, pouco antes das eleições gerais de 13 de Abril de 2014, as mulheres exigirem sua maior representação nos órgãos de tomada de decisões, a paridade com os homens, em cerca de 40 por cento, que no final do processo não se concretizou. A maior percentagem de mulheres no Palácio Colinas de Boé foi alcançada em 1988-94, quando atingiu 20 porcento dos assentos, de acordo com a ONU.

A total paridade ou a equidade de género na esfera de tomada de decisão é exactamente um processo no qual moralização social deve desempenhar um papel grande e crucial na mudança de atitudes.