Crise na Guiné-Bissau: Representante do Secretário-geral da ONU continua esforços de mediação

O ano novo começou com um novo pico da crise política na Guiné-Bissau. Um grupo de deputados do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) juntaram-se aos deputados do Partido da Renovação Social (PRS) e decidiram os trabalhos parlamentares mesmo depois do presidente do Parlamento, Cipriano Cassama ter suspendido a sessão no dia 18 de Janeiro sobre o programa do governo, devido à confusão que se instalou na sala.

18 jan 2016

Crise na Guiné-Bissau: Representante do Secretário-geral da ONU continua esforços de mediação

Na tentativa de fazer passar o seu programa de governo na Assembleia nacional Popular pela segunda vez nesta segunda-feira, o PAIGC tinha expulsado e pedido ao parlamento a substituição do grupo de 15 dos seus deputados, na passada sexta-feira - que tinham impedido a aprovação do programa do governo no dia 23 de dezembro de 2015. No entanto, para participar na sessão plenária de hoje apareceram quer os deputados expulsos, quer os novos deputados nomeados pelo PAIGC.

A bancada do PRS contestou a suspensão de mandato e substituição dos 15 deputados e decidiu continuar os trabalhos parlamentares sob coordenação de Alberto Nambeia, à revelia do presidente da ANP.

Horas antes, o representante do Secretário-geral da ONU Miguel Trovoada recebia o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, a pedido deste. Nos últimos dias o RESG retomou os contactos com os principais líderes políticos Bissau-Guineenses.

Protestos levaram ao cancelamento do debate

Protestos levaram ao cancelamento do debate

No dia 14 de Janeiro, Miguel Trovoada analisou a situação com o Presidente da República que lhe garantiu estar atento à situação. À saída do encontro o RESG disse que disse ao presidente que a comunidade internacional tenciona manter o compromisso com o povo da Guiné-Bissau, “mas é necessário que haja condições objectivas de estabilidade para que esses compromissos possam ser honrados”.

A reunião com o primeiro-ministro Carlos Correia teve lugar na sexta-feira, dia 15 e centrou-se no programa de cooperação das Nações Unidas para 2016. À saída, Miguel Trovoada expressou esperança de que os líderes eleitos façam aquilo que entendem “ser melhor para o futuro do país e o bem-estar do povo” e afirmou que vai continuar os contactos “com as entidades, primeiro com os órgãos da soberania, mas também com as forças políticas e a sociedade civil como faço habitualmente, para analisar com essas entidades, com essas personalidades a situação actual e ver como é que podemos contribuir para um clima de bom entendimento possa se instalar definitivamente no país.”

A crise política em curso resulta da demissão do governo de Domingos Simões Pereira pelo presidente da República.