Secretário-Geral preocupado com deterioração da situação na Guiné-Bissau

4 mai 2012

Secretário-Geral preocupado com deterioração da situação na Guiné-Bissau

3 Maio 2012 - O Secretário-Geral Ban Ki-moon mostrou-se extremamente preocupado com o facto da junta militar manter-se no poder numa altura em que a segurança e a situação sócio-económica agravam-se no país, não obstante os apelos da comunidade internacional com vista a restauração da ordem constitucional.

 

"A esperança da comunidade internacional no seu todo é ver o país retornar à ordem constitucional e retomar as reformas críticas", disse Ban Ki-moon, no seu último relatório especial ao Conselho de Segurança sobre a situação neste país oeste-africano.

Militares guineenses tomaram o poder no dia 12 de Abril. O golpe de estado ocorreu antes da realização da segunda volta das eleições presidenciais, marcadas inicialmente para 22 e depois para 29 de Abril, entre Carlos Gomes Júnior e o antigo presidente Koumba Yalá.

"A esperança da comunidade internacional no seu todo é ver o país retornar à ordem constitucional e retomar as reformas críticas", indica o relatório, precisando que "a resposta à crise deve ser progressiva e moderada, começando pelo diálogo e uma mediação abertos a todos, acompanhados por sanções selectivas se for necessário, para garantir o regresso rápido e pacífico a um governo civil".
 

O Secretário-Geral realçoua importância dos esforços da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) e da Comunidade Económica dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para resolver a crise e apelou aos actores nacionais para que se associem à mediação conduzida pela CEDEAO na busca de uma solução sustantável.

"Encorajo os parceiros internacionais da Guiné-Bissau no sentido de manterem um engajamento a longo prazo no país para apoiar o povo da Guiné-Bissau a responder aos objectivos a médio e longo prazo para eliminar as causas da crise actual", indica Ban Ki-moon. "Exorto igualmente a implementação imediata da Reforma do Sector de Defesa e Segurança", acrescenta.

De igual modo, o responsável máximo das Nações Unidas destacou a necessidade urgente de resolver a questão do narcotráfico, uma vez que os líderes políticos e militares acusaram-se mutuamente de envolvimento no comércio ilícito de droga, e que os esforços para combater este flagelo "poderiam também passar pela luta contra a impunidade na Guiné-Bissau".

O Secretário-Geral apelou aos estados membros para reforçarem o seu engajamento e os seus esforços no combate ao narcotráfico, nomeadamente nas zonas de produção, trânsito e consumo, precisando ao mesmo tempo que instituições regionais como a CEDEAO podem complementar as iniciativas nacionais.

No seu relatório, o Secretário-Geral precisa que qualquer solução à instabilidade no país deveria incluir medidas para combater a impunidade e assegurar que todos os responsáveis pelos assassinatos políticos - em particular os de 2009, com o assassinato do Presidente da República - sejam julgados. Finalmente reafirmou o apoio das Nações Unidas, nomeadamaente através do UNIOGBIS. (Fonte: Centro de notícias da ONU)