16 Abril 2012 - O Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon manifestou a sua preocupação pelo facto de apesar dos apelos da comunidade internacional para um regresso imediato à ordem constitucional na Guiné-Bissau, os responsáveis pelo golpe de estado de 12 de Abril de 2012 apenas agravaram a crise política no país ao anunciar a sua intenção de instalar um governo de transição nacional.

"Esta situação é tanto mais preocupante que ocorre numa altura em que o povo da Guiné-Bissau preparava-se para eleger um novo Presidente no quadro de eleições democráticas e multipartidárias" indica uma declaração do porta-voz do Secretário-Geral.

Militares guineenses tomaram o poder no dia 12 e prenderam o Presidente interino Raimundo Pereira e o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior

O golpe ocorreu antes da segunda volta das eleições presidenciais de 22 de Abril entre antigo Primeiro ministro Carlos Gomes Junior e o ex-presidente Koumba Yalá.

Ban Ki-moon continua preocupado com a detenção do Presidente interino, do Primeiro ministro e de outros responsáveis da Guiné-Bissau e reitera o seu apelo para uma libertação imediata.

O Secretário-Geral falou com o Presidente Alassane Ouatarra, da Côte d'Ivoire, na sua qualidade de Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), Jean Ping, Presidente da Comissão da União Africana e Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros da República de Portugal, para reforçar a cooperação com os dirigentes regionais e outros actores implicados na busca de uma solução rápida e definitiva à crise política na Guiné-Bissau, indica a declaração.

Saudou as iniciativas da CEDEAO, da União Africana e dos outros parceiros da Guiné-Bissau para facilitar um regresso à ordem constitucional no país, e reiterou o apoio contínuo das Nações Unidas a esses esforços, nomeadamente através do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).