Reconciliação nacional, caminho para estabilidade da Guiné-Bissau

22 de Maio de 2016- A situação de instabilidade política prolongada, já profundamente enraizada na consciência da sociedade guineense, tem suscitado uma série de questões sobre a sua resolução final, para que o país possa encontrar o caminho da paz e possa se desenvolver. Depois de uma luta pela independência de mais de 11 anos, a Guiné-Bissau conheceu poucos anos de paz, antes de, em 1998, se mergulhar num conflito político-militar, cujas consequências continuam manifestas nos tecidos político, económico e social.

22 mai 2016

Reconciliação nacional, caminho para estabilidade da Guiné-Bissau

O país viu-se assim confrontado com a necessidade de parar, rever e reflectir sobre a sua história política e social e desenhar um novo passo para o seu progresso cabal, num processo de reconciliação que batizou – Caminhos para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento.

A ideia surgiu e foi impulsionada durante dois anos no mandato do falecido Presidente Malam Bacai Sanhá, mas, nesta nona legislatura,  ela foi retomada, uma nova comissão nomeada para organizar a Conferencia nacional em novembro deste ano onde se irá decidir que modelo de reconciliação se vai implementar na Guiné-Bissau. O Padre Domingos da Fonseca que preside à Conferencia Nacional apela à unanimidade de todas as partes intervenientes. “É que o país já não vai poder aguentar por mais tempo a pobreza extrema engendrada pela instabilidade e disfuncionamento do Estado.”, Sublinhou.

Segundo o coordenador da ONG Effective Intervention, Idrozidro Barbosa “a partir de momento que percebermos que as nossas divergência não estão ajudar a nível de desenvolvimento e de encontrar consensos a nível nacional, então é possível através de uma reconciliação profunda perceber que no fundo o que nos uni é o facto de sermos todos guineenses e quando formos capazes de colocar a Guiné-Bissau em cima, então é possível encontrar consensos, e esse consenso passa necessariamente pela reconciliação nacional.

O presidente da subcomissão da ética, Fode Mané garantiu que “é preciso a reconciliação entre os guineenses, somos pouco para juntarmos e trabalhar para o desenvolvimento deste país, porque para os guineenses a unidade nacional é um imperativo, faz parte da nossa cultura”.

Mané informou ainda a comissão tem estado a trabalhar na organização das conferencias regionais com o objectivo de espalhar ideias para mais apropriação dos conteúdos, cumprindo assim um dos mandatos da comissão que é criar ambiente para organização da Conferencia Nacional.

Esta ronda de conferências regionais começa já no dia 3 de junho. Até 5 de junho as conferências terão lugar em Bafatá, Gabu, Tombali e Quinara. De 10 a 12 de junho será a vez de Bolama, Bubaque, Oio e Cacheu, e de 17 a 19 Junho, as conferências serão realizadas no secor autónomo de Bissau e Biombo.

O novo Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas no país, Modibo Touré, reafirmou   a disponibilidade da ONU continuar apoiar a Guiné-Bissau.