“A pertença nacional é a chave para a estabilização”

24 ago 2012

“A pertença nacional é a chave para a estabilização”

23 de Agosto de 2012 - O Representante Especial do Secretário-Geral (RESG) na Guiné-Bissau e Chefe do UNIOGBIS, hoje em Bissau falou aos jornalistas da imprensa nacional e estrangeira. A conferência de imprensa focou-se principalmente na atual situação política. O Sr. Joseph Mutaboba frisou que a pertença nacional é a chave para a estabilização, e que os parceiros internacionais estão aqui para acompanhar, assistir e apoiar os processos nacionais.

Joseph Mutaboba informou aos jornalistas sobre a próxima missão conjunta Nações Unidas - União Africana liderado pelos representantes das Nações Unidas e da Unoão Africana na Guiné-Bissau.

Joseph Mutaboba e Ovídio Manuel Barbosa Pequeno iniciarão nos próximos dias uma nova ronda de consultas com a CEDEAO (Abuja, Cotonou, Abidjan); UA (Adis-Abeba) e CPLP (Maputo e Luanda) e posteriormente Lisboa.Depois das consultas supra citados irão também participar na próxima sessão do Conselho de Segurança sobre a Guiné-Bissau. Estes encontros insere-se no quadro da resolução do Conselho de Segurança 2048 (2012) e da Declaração de 30 de Julho do Conselho de Segurança que ressalta a importância da coordenação de esforços entre os parceiros internacionais, e nesse sentido, apelou ao Secretário-Geral para que se engaje ativamente na harmonização das respectivas posições dos parceiros.

O Sr. Joseph Mutaboba reconheceu que apesar da harmonização das respectivas posições dos parceiros internacionais ser crucial, estes estão apenas para acompanhar, assistir e apoiar o processo nacional. "Nenhum progresso será alcançado sem um genuíno compromisso do Povo da Guiné-Bissau no sentido de abordar conjuntamente os desafios que o país enfrenta. A pertença nacional é a chave para a estabilização" sublinhou.

Para que isso aconteça é necessário um processo de diálogo inclusivo e genuíno entre os atores nacionais, principalmente para resolver as diferenças de opinião ou posição. "Isto é vital para a criação de um ambiente propício para a tomada de decisões consensuais e positivas no interesse da Guiné-Bissau" disse o Chefe do UNIOGBIS acrescentando que "estam engajados num diálogo em curso e espera-se que trará bons frutos".

Como forma de apoiar o processo, a Organização das Nações Unidas em estreita colaboração com os parceiros, deu início, desde Junho, a consultações envolvendo os atores nacionais (partidos políticos, a sociedade civil, em particular as organizações femininas, associações juvenis, lideres religiosos e tradicionais) com o intuito de encorajar um diálogo genuíno, consensual, inclusivo e de pertença nacional sobre a transição.

O Sr. Joseph Mutaboba também falou sobre as suas recentes viagens a Addis Abeba de 13 a 16 de Julho para participar da Cimeira da UA e posteriormente a Nova Iorque de 20 a 29 de Julho, para consultações com os diferentes parceiros bilaterais e multilaterais, particularmente junto ao Conselho de Segurança da ONU, o qual em 26 de Julho discutiu o último Relatório do Secretário-Geral sobre os Desenvolvimentos na Guiné-Bissau. Em conformidade com o mandato do UNIOGBIS, "todas estas consultações visaram um trabalho conjunto, em estreita colaboração com os parceiros internacionais, no sentido de ajudar os atores da Guiné-Bissau a abordar a presente situação do país" disse.

Após o golpe de Estado de 12 de Abril, em 23 de Maio foi estabelecido um Governo de Transição, pelo periodo de um ano. Segundo as autoridades de transição, as eleições gerais estão previstas para Abril de 2013.