Palácio Colinas de Boé acolhe celebração do 70º aniversário da ONU

25 de Outubro de 2015 - Guiné-Bissau celebrou em 24 de Outubro, o 70º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU) -criado em 1945- sob o tema "A ONU forte. Um mundo melhor". A celebração que teve lugar no Parlamento da Guiné-Bissau visa reconhecer o apoio da ONU tem dado ao país desde o início dos anos 70 e como este apoio pode ser melhorado.

25 out 2015

Palácio Colinas de Boé acolhe celebração do 70º aniversário da ONU

O evento, foi presidido pelo Presidente da ANP, Cipriano Cassama na presença do Primeiro-Ministro, Carlos Correia e membros do seu gabinete, toda a família das Nações Unidas no país liderado pelo RESG Miguel Trovoada, parceiros internacionais, sociedade civil e anónimos. 
Ao longo da história, a ONU desempenhou um papel fundamental para alcançar a paz e um consenso internacional sobre as ações de desenvolvimento.

A comemoração coincidiu com a adoção da Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) – um conjunto de 17 metas para promover a ação da comunidade internacional e dos governos nacionais, com o objetivo de alcançar a prosperidade e o bem-estar de todos até 2030. A nova agenda também foi o tema de uma exposição fotográfica na praça principal da capital Bissau, que ainda está disponível para o público. As celebrações do 70º aniversário na Guiné-Bissau também incluíram palestras e debates com os alunos sobre a ONU nas principais Universidades e escolas em Bissau e em outras cidades, como Bafatá, S. Domingos e Buba. As comemorações terminaram no domingo à noite com um concerto com alguns dos mais proeminentes músicos da Guiné-Bissau.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na sua mensagem alusiva ao dia, disse, citamos: “as nossas forças de paz estão na linha da frente do conflito; os nossos mediadores trazem combatentes para a mesa de paz; os nossos trabalhadores humanitários avançam corajosamente por ambientes traiçoeiros para entregar ajuda que salva vidas.”

Este 70º aniversário é um momento para reconhecer a sua dedicação - e para honrar os muitos que fizeram o sacrifício final na linha do dever, lembrou Ban.

A Guiné-Bissau tornou-se membro de pleno direito da Organização das Nações Unidas em 17 de setembro de 1974, passando a ser assim membro da Assembleia-Geral da ONU, onde tem direito a um voto à imagem dos outros 192 Estados-membros, seguindo o princípio estabelecido na carta – “um país, um voto.”

No âmbito das comemorações, o Representante Especial do Secretário-Geral para a Guiné-Bissau, Dr. Miguel Trovoada, destacou que “está previsto para finais de 2015, a assinatura de um novo programa de cooperação entre as Nações Unidas e a Guiné-Bissau, que integrará a perspetiva da nova Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030, e ai, mais uma vez vai-se ver, segundo as prioridades estabelecidas pelas autoridades nacionais, como é que as Nações Unidas poderão intervir.”

A senhora Silvina Tavares, da Plataforma Política das Mulheres, considerou que o trabalho que a ONU tem estado a levar a cabo na Guiné-Bissau é digno de louvor. “A Guiné-Bissau viveu nos últimos tempos, momentos de instabilidade, em que, em cooperação com as ONGs, as Nações Unidas ajudaram a encontrar soluções, o que minimizou o sofrimento do povo da Guiné-Bissau,” sublinhou ela.

Por seu lado, o académico e Diretor-Geral do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), Dr. Leopoldo Amado, enfatizou que “a contribuição da Guiné-Bissau nas Nações Unidas data de muitos anos e que muitos ideais pela libertação de Amílcar Cabral acabaram por fazer parte do ordenamento jurídico internacional”.

“A Guiné-Bissau tem participado em todos os eventos internacionais, em discussões sobre as grandes questões da atualidade mundial, que as Nações Unidas organizam para definir o rumo da humanidade, e é nesse âmbito que a Guiné-Bissau subscreveu várias convenções e protocolos de acordos que acabaram por refletir no ordenamento jurídico nacional,” acrescentou Dr. Leopoldo Amado.