Malária: “Se as medidas de prevenção continuarem, a taxa de prevalência pode baixar ainda mais”

No Dia Mundial de Luta contra a Malária, também conhecida por paludismo, o coordenador do Programa Nacional de Luta contra esta doença, Paulo Djata afirma que “Se as medidas de prevenção continuarem, a taxa de prevalência do paludismo pode baixar ainda mais”. O Dia Mundial de Luta contra o Paludismo, foi celebrado no dia 25 de abril, sob o lema: “Acabar com a Malária para o Bem”.

2 mai 2017

Malária: “Se as medidas de prevenção continuarem, a taxa de prevalência pode baixar ainda mais”

Segundo especialistas, na Guiné-Bissau, o paludismo é uma doença endémica de transmissão estável e de prevalência elevada, sendo responsável por muitas vítimas mortais.

De acordo com Paulo Djata “houve progressos muito avançado na luta contra o paludismo de 2000 para 2015, não só na diminuição de números de casos, como também nos números de mortos.

Segundo os dados do Programa Nacional de Luta contra o paludismo, em 2016 o número de casos graves foi de 16.387, casos simples com Testes de Diagnóstico Rápido (TDR) positivo, 97.367, gota espécie positivo, 52,973 e números de mortos foi de 191. O total de casos no último ano a nível nacional foi de 114 mil, revelou Paulo Djata.

A Organização Mundial de Saúde, que é uma agência técnica, tem apoiado o país na definição de políticas e estratégias, bem como na elaboração dos documentos orientadores de luta contra o paludismo. A conselheira do paludismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fernanda Alves disse que a OMS intervém através do ministério da saúde e dos parceiros na prevenção da doença, principalmente entre as grávidas e as crianças menores de cinco anos.

“O paludismo é uma doença endémica que existe em todo o país e que pode ser transmitida em toda a superfície da Guiné-Bissau, mas que afecta principalmente as crianças menores de cinco anos e as mulheres grávidas, por isso a OMS delineou uma serie de intervenções preventivas para toda a população e também para os dois grupos acima referidos: promoção e utilização de mosquiteiros impregnados de longa duração e outra são destinadas as gravidas que é um tratamento preventivo intermitente e por último a quimio-prevenção de paludismo sazonal”, explicou Fernanda Alves.

O gestor do projecto do Fundo Global, George Ionita, disse que a sua organização está a trabalhar com o PNUD em parceria com o governo no combate ao paludismo nas três vertentes a saber: prevenção, tratamento, cuidados e apoio.

Ionita alertou que “Gabu e Bafatá são as duas regiões com maior prevalência de malária, essencialmente a região de Gabu que tem uma média cinco vezes mais do que a média nacional em 5 por cento, o que significa que uma em cada vinte pessoas está infectada com malária e em Bafatá a media é de 2 por cento, ou seja, duas em cem pessoas estão infectadas”.

Para o Director-regional da Saúde de Gabú, Antonio Pedro Sidjanho. “ a malária é a maior causa da morte na população sobretudo nas crianças menores de 5 anos de idade, resultante da chegada tardia dos pacientes nas estruturas sanitárias na região associadas pelas crenças nos tratamentos alternativos tradicionais que a população recorre numa primeira”.

Apesar de ser uma meta ambiciosa, a Organização Mundial de Saúde, OMS, afirma que é possível eliminar a malária até 2030. Esta garantia foi dada a 25 de abril do ano passado, Dia Mundial de Luta contra a Malária. Em 2015, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma estratégia que pede a eliminação da malária em pelo menos 10 países até o ano 2020.

Em toda a África subsaariana, onde a doença está fortemente concentrada, uma maior proporção da população tem estado a usar redes mosquiteiros impregnados de insecticida. Em 2015, cerca de 53 por cento da população em risco dormia sob uma rede tratada em comparação com 30 por cento em 2010. Em 20 países africanos, o tratamento preventivo para mulheres grávidas aumentou cinco vezes entre 2010 e 2015.