21 Abril 2012 - Ao mesmo tempo que evoca a possibilidade de adoptar sanções específicas, o Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu hoje a restauração imediata da ordem constitucional na Guiné-Bissau bem como a devolução do poder ao Governo legítimo do país.

"O Conselho de Segurança exige a libertação imediata e incondicional do Presidente interino Raimundo Pereira, do Primeiro ministro Carlos Gomes Júnior e de todos os oficiais actualmente detidos para que a conclusão das eleições presidenciais e legislativas seja efectiva", indicam os 15 membros do Conselho numa declaração presidencial, após um encontro.

Militares guineenses tomaram o poder há uma semana e prenderam o Presidente interino Raimundo Pereira e o Primeiro ministro Carlos Gomes Júnior. O golpe ocorreu antes da segunda volta das eleições presidenciais de 29 de Abril entre o antigo Primeiro ministro Carlos Gomes Júnior e o ex-presidente Koumba Yalá.

Na sua declaração, o Conselho diz-se preparado para considerar possíveis medidas incluindo sanções contra os responsáveis e apoiantes do golpe militar, caso a situação se mantenha.

De igual modo, reitera a sua condenação ao golpe de estado e manifesta a sua profunda preocupação face aos relatórios que dão conta de repressão violenta das manifestações, actos de pilhagem, restrições à liberdade de movimento, detenções arbitrárias e exige a sua libertação.

A declaração diz saudar e apoiar o engajamento da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ao mesmo tempo que apoia os seus esforços rumo ao retorno à ordem constitucional na Guiné-Bissau.

O Conselho pediu ao Secretário-Geral Ban Ki-moon para que o mantenha informado sobre os desenvolvimentos neste país oeste-africano e que submita um relatório, até finais de Abril, sobre o retorno à ordem constitucional.

O Secretariado das Nações Unidas está em estreita concertação com o Representante Especial do Secretário-Geral na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba e a equipa das Nações Unidas no país. (Fonte: Centro de notícias da ONU)