Ramos-Horta apela a um roteiro ate o final de Março

14 mar 2013

Ramos-Horta apela a um roteiro ate o final de Março

14 de Março de 2013 - O Representante Especial do Secretário-Geral das Nações para a Guiné Bissau, O Sr. José Ramos-Horta, apelou, quinta-feira, aos governantes, partidos políticos e deputados guineenses para que até o final de março haja um roteiro para o resto da transição e que, o mais cedo possível, haja um governo "de grande abrangência".
 

"Sabemos que não e fácil, dada as sensibilidades e diferenças que existem na Guiné-Bissau," acrescentou o Sr. Ramos-Horta em conferência de imprensa decorrida na sede de UNIOGBIS, "mas faço apelo para que se sentam e conversem pondo o interesse da Guiné-Bissau acima de tudo, formem um governo de grande abrangência'" e criemos todos um clima para as eleições, "um clima saudável sem pressões, sem tensões para o interesse da Guiné-Bissau".

O Representante Especial inteirou os journalistas sobre as recentes missões que efectuou a várias capitais africanas e europeias, enfatizando que a comunidade internacional continua interessada com a Guiné-Bissau. "Devo dizer com toda a franqueza que fiquei feliz de saber que, apesar de tanto desencanto com a Guiné Bissau, devido aos frequentes ciclos de instabilidade e de golpes, ninguém com quem falei [...] disse 'nem queremos mais ouvir falar da Guiné Bissau'.

"E todos continuam preocupados com a situação dos direitos humanos, preocupados com a situação de extrema pobreza [...] todos mostraram-se também preocupados, evidentemente, com a necessidade urgente de realização de eleições, mas também do início do processo da reorganização das Forças Armadas," acrescentou.

Para o Representante Especial, se o processo eleitoral é " imprescendível" o período pôs-eleições não deixa de ser também importante para o futuro do país. Realço que, nesta fase, se deverá criar condições para "a comunidade internacional ajudar o estado guineense a reorganizar-se, a reconstruir-se".

"Isto vai exigir a mobilização de muitos recursos financeiros liderada pela ONU com os seus parceiros, como CEDEAO, UA, CPLP e UE ,para que se possa reconstituir todo o estado guineense, não só as forças armadas mas o poder judicial, a polícia, os diferentes ministérios," disse o Sr. Ramos-Horta. "Isto é, a máquina do estado tem que ser reorganizada, modernizada para poder sustentar esta democracia, corresponder à responsabilidade do estado, que é a prestação de serviços e de bens à sociedade."