Mulheres guineenses apelam à paz e estabilidade no país

As mil mulheres que se juntaram no passado dia 25 de maio no primeiro fórum das mulheres e raparigas para a paz na Guiné-Bissau afirmaram que as mulheres guineenses têm potencialidades para lutar e vencer e fazer prevalecer a paz e a estabilidade que o país tanto almeja. Preocupadas com a situação política na Guiné-Bissau, apelaram à paz e pediram para serem ouvidas porque as suas vozes contam. A Subsecretária-Geral da ONU, Ana Maria Menendez, esteve presente, ouviu e deu o seu apoio.

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26 mai 2018

Mulheres guineenses apelam à paz e estabilidade no país

Na sessão da abertura do Fórum, a Coordenadora do Conselho das Mulheres Guineenses (CMG), Francisca Vaz, garantiu que “a instabilidade cíclica vivida na Guiné-Bissau há vários anos contribuiu para a degradação contínua o tecido social, económico, ambiental e político, sobretudo na esfera das raparigas e mulheres”.

O Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, lamentou o facto de no atual governo existirem apenas quatro mulheres. “As mulheres são duplamente prejudicadas no combate pelo desenvolvimento devido as fraquezas do estado. São prejudicadas em virtude das desigualdades sociais que persistem no país e que afetam duplamente as mulheres”, acrescentou o chefe do executivo.

No final dos trabalhos os conferencistas deixaram recomendações para os decisores políticos, em particular e para a sociedade guineense em geral: a juventude deve ser coesa e portadora de esperança na área da justiça, saúde e economia; o programa de microcrédito deve ser disponibilizado às mulheres em todas as regiões; devem ser construídas fábricas de transformação de produtos agrícolas, permitindo assim a criação de mais empregos para as mulheres e jovens; Inclusão das mulheres no direito à herança; engajamento das mulheres na política da defesa e proteção a quando da elaboração das leis; criação de mais tribunais regionais para dar aumentar o acesso à justiça, pautar pela justiça restaurativa, devido à sua maior eficácia no apaziguamento dos conflitos; e finalmente recomendaram que o próximo fórum, a ter lugar no próximo ano vai escolher uma mulher para ser candidata à próxima eleição presidencial.

As mulheres pretendem ainda criar num futuro próximo um espaço de concertação dentro do fórum para definir os trabalhos e as atividades do mesmo.

O fórum contou com a presença da Subsecretária-Geral da ONU, Ana Maria Menéndez que no encerramento disse estar impressionada com a mobilização, felicitou as mulheres pela iniciativa e deixou palavras de encorajamento.

“Por parte das Nações Unidas, que represento aqui hoje, quero assegurar-lhe nosso compromisso de respeitar os princípios da igualdade de género e participação das mulheres, e trabalhar com as autoridades nacionais e parceiros internacionais para assegurar que futuras consultas e as medidas para implementar os acordos que as autoridades políticas assinaram não serão realizadas sem a participação das delegações de mulheres.”, disse Ana Maria Menéndez

“Quero também assegurar todo o nosso apoio à integração de uma perspetiva de igualdade de género na próxima mesa redonda para o diálogo nacional, o processo de reconciliação, as próximas eleições legislativas e as futuras reformas que a Guiné-Bissau irá empreender.”, concluiu.