A criminalidade estaria a diminuir de intensidade no Baiorro-Militar

13 set 2013

A criminalidade estaria a diminuir de intensidade no Baiorro-Militar

13 de Setembro de 2013 - O total de casos registados nos oito últimos meses são 727, 252 dos quais representam agressões físicas, notou quinta-feira, um oficial da POP facitador da cerimónia de comemoração do segundo aniversário da Esquadra Modelo de Polícia do Bairro-Militar, em Bissau.

O mesmo oficial da polícia comunitária defendeu que, com o facto de a POP não fazer a justiça, todos esses casos criminais são remetidos ao Ministério Público, que tem a competência para isso.

"Já remetemos ao Ministério Público 315 casos e os restantes 96 ficaram pendentes", acrescentou ele.

A cerimónia de comemoração foi presenciada pelo tenente-coronel da POP, senhor. Salvador Soares, em representação do Comissário-Geral da POP, o Comandante Carlos de Graça, da secção de UN Police do Gabinete Integrado das Nações Unidas de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).

A população, que acudiu notoriamente à marcação da data, foi representada por Domingos da Silva, na ausência do presidente da Associação dos Moradores do Bairro-Militar, Ama Tijane, em nome da Rede das Associações Juvenis (RAJ), o Director do Centro de Formação Doze Pedras, anciões e outras individualidades.

Ao usar da palavra, o tenente-coronel Salvador Soares disse, citamos: "Os meus agradecimentos vão para o UNIOGBIS, pelos esforços que tem estado a demonstrar com base na cooperação existente entre a Polícia de Ordem Pública e o UNIOGBIS e não só. Para dizer que muita coisa ele já fez, mas ainda está a faltar muita coisa", referiu.

"Alguém já falou aqui na necessidade de o modelo desta Esquadra de Polícia ser estendido para os outros bairros de Bissau e às províncias. Ouvi aqui muitas palavras de louvores para o UNIOGBIS, devido a boa parceria entre a Polícia e os moradores do Bairro-Militar e o grande apoio que a Esquadra tem recebido do Centro de Formação Doze Pedras, bem como as dificuldades que ela tem vindo a deparar," sublinhou Salvadores Soares, assegurando que, enquanto agentes da POP, tudo o que estiver ao seu alcance farão para melhorar a situação.

"Porém, como se costuma dizer em língua crioula, 'a tartarura quer dançar, mas não tem nádegas'. Com isso eu quero dizer que todos nós somos guineenses, sabemos em que país estamos e sabemos em que condições vivemos", acrescentou ele.

Por seu lado, o Comandante Carlos de Graça teceu duas palavras: "a primeira, para agradecer a cooperação institucional que o comando da POP tem vindo a desenvolver com o Escritório Integrado das Nações Unidas, mas também, agradecer, em particular, por esta oportunidade que nos concede hoje de partilhar com a comunidade do Bairro-Militar os resultados de um inquérito levado a cabo durante o ano passado sobre a percepção de segurança aqui no Bairro-Militar".

"Este inquérito é muito importante porque fornece informações que irão permitir as chefias da POP tomar medidas no sentido de poder melhorar a segurança aqui nesta comunidade. A segurança é muito importante, ela é a condição sine qua non para que haja o desenvolvimento num país. Sem a segurança não pode haver o desenvolvimento económico e social. E, é por isso que, a POP, juntamente com a sua comunidade, executa uma tarefa muito importante para a comunidade, para o Estado, que é por ver garantida a segurança", adiantou Carlos de Graça.

"Na segunda palavra, senhor Director, nós aproveitamos esta oportunidade para reafirmar toda a disponibilidade do Escritório Integrado das Nações Unidas em continuar a trabalhar com as instituições locais, com a POP em particular, no sentido de reforçar as capacidades dos seus efectivos, para poderem cumprir com a missão orgânica, a missão profissional que lhes é atribuída", apontou.

Carlos de Graça lembrou ainda que o UNIOGBIS tem vindo a trabalhar não só aqui na sede, em Bissau, mas também no escritórios regionais. "Como sabem, bem recentemente, a 1 de Setembro, as Nações Unidas inauguraram em São Domingos um novo escritório, no sentido de poder levar a sua ajuda à todas as regiões da Guiné Bissau", concluiu.

O evento permitiu ao UN Police apresentar as recomendações do estudo feito em 2012, consagrado à Esquadra Modelo de Polícia e policiamento, que visou diagnosticar e avaliar o impacto da Esquadra Modelo de Polícia e do policiamento comunitário na comunidade.

Finalmente, os moradores foram unânimes em manifestar o seu orgulho pela criação e estabelecimento da Esquadra, que consideram um modelo de exemplo, que já demonstrou a sua capacidade, a sua vontade, a sua dinâmica no serviço operativo para garantir a segurança, a tranquilidade, o sossego e a paz no seio da comunidade.