CNE anunciou resultados provisórios das eleições legislativas na Guiné-Bissau

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições legislativas de 10 de março, com 47 dos 102 mandatos no Parlamento, revelou hoje a Comissão Nacional das Eleições, numa conferência de imprensa liderada pelo seu presidente José Pedro Sambú.

15 mar 2019

CNE anunciou resultados provisórios das eleições legislativas na Guiné-Bissau

O segundo partido mais votado foi o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) com 27 mandatos, seguido do Partido da Renovação Social (PRS) com 21 mandatos, União para a Mudança (UM) e Partido para Nova Democracia (PND) com 1 mandato cada respectivamente.

Na véspera da publicação dos resultados provisórios os líderes de quatro formações políticas mais votados nestas eleições de 10 de março, assinaram acordos de incidência parlamentar e governativa, justificando a necessidade de garantir estabilidade ao país.

Os quatro partidos - PAIGC , APU, PND e a UM, - juntos somam 54 deputados, dos 102 do Parlamento.

Mais de 761.000 eleitores guineenses foram chamados às urnas no dia 10 de março para eleger um novo parlamento entre os candidatos apresentados por 21 partidos políticos. Dos 761,676 inscritos votaram 645,085 eleitores, ou seja 85 por cento dos eleitores foram votar.

De acordo com alguns analistas guineenses, estas eleições é das mais disputadas da história do país, mas apesar disso, tanto a campanha como o escrutínio decorreram na maior tranquilidade, sem violência.

Após o anúncio dos resultados, o Representante Especial Adjunto do Secretário-geral da ONU e Coordenador Residente do sistema das Nações Unidas no país, David McLachlan-Kar, disse que a eleição foi bem organizada e com uma participação cívica extraordinária. “Os guineense votaram para um novo parlamento, que esperamos venha a ter melhor paridade de género. A minha mensagem para os novos eleitos é que coloquem os interesses da Guiné-Bissau acima de quaisquer outras considerações pessoais. É importante ter um parlamento a funcionar e que possibilite que os cidadãos tenham acesso aos serviçoes essenciais como a saúde e a educação”,  desejou, DSRSG David McLachlan-Karr

Por seu turno, o diretor do Departamento de Assuntos Políticos e Consolidação da Paz para a África Ocidental, Abdel Fatau-Musah que esteve no país a acompanhar eleições disse que “com as eleições, haverá uma nova Assembleia Nacional, um Primeiro-ministro legítimo que vai emergir do processo, e concluir com uma eleição presidencial e, depois destes processos, o país terá instituições estáveis. Assim sendo, a Guiné-Bissau vai construir o seu próprio futuro, o seu destino estará nas suas próprias mãos.

Os observadores internacionais da União Africana, ECOWAS e CPLP, tal como o Grupo de Monitorização eleitoral, formado por várias redes da sociedade civil da Guiné-Bissau, consideraram estas eleições livres, justas e transparentes e sem incidentes de maior. Quer a missão da União Africana quer os monitores nacionais recomendaram que a lei leitoral seja alterada para permitir a participação de observadores nacionais em futuras eleições.

A vice-presidente da Plataforma Politica das Mulheres (PPM), que integrou a célula de monitorização eleitoral, Aissatu Camara Ndjai elogia a participação massiva das mulheres neste processo eleitoral, mas reconhece a fraça implementação da lei de paridade pelos partidos politicos. “Nas próximas eleições vamos trabalhar mais, tanto com os partidos politicos, como  as comunidades para ter mais mulheres nos lugares de tomada de decisões”, acrescentou Aissatu Ndjai.