“A preservação do meio ambiente tem que ser na perspectiva de desenvolvimento”– afirma especialista em ambiente

3 de Junho de 2016 - O dia mundial do meio ambiente, 5 de junho, procura este ano chamar a atenção sobre o comércio ilegal de vida selvagem. Segundo o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, as Nações Unidas e muitos dos seus parceiros resolveram enfrentar este comércio ilícito, estabelecendo metas claras para pôr fim à caça furtiva nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados no ano passado por todos os 193 Estados-membros.

17 jun 2016

“A preservação do meio ambiente tem que ser na perspectiva de desenvolvimento”– afirma especialista em ambiente

Na Guiné-Bissau a preocupação dos cidadãos e das organizações que protegem o ambiente têm estado centradas no corte ilegal de árvores.

Os cidadãos acreditam que se deve mudar de comportamento e não repetir os mesmos erros do passado e deve-se apostar na “plantação de novas árvores e aprovar uma lei que proíba o abate de árvores para acabar com essas práticas. É fundamental fazer algo pela geração futura” frisou Albertina, uma jovem estudante.

A pensar precisamente nas gerações futuras, o sistema Nações Unidas na Guiné-Bissau, em parceria com o IMC, IBAP, TINIGUENA celebram o dia mundial do ambiente através de visitas aos parques naturais do país, permitindo às crianças de diferentes regiões do país conhecerem os parques e aprenderem porquê e como devem proteger o meio ambiente.

“O país fez progressos no domínio do desenvolvimento ambiental, dos antigos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, a área em que a Guiné-Bissau fez mais progressos foi na área ambiental sobretudo nas áreas protegidas, com 12,4% de área marinha protegida, o que significa essa meta foi superada mas o desafio persiste” informou Alfredo da Silva, director executivo do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP).

“A sustentabilidade é tudo aquilo que fazemos para ter uma durabilidade no tempo” disse Alfredo Silva, ou seja, se estás a gerir o ambiente, ele deve estar bom para a geração vindoura beneficiar desse bom ambiente.

Muitas ONGs nacionais têm estado a trabalhar há mais de duas décadas na preservação e conservação do meio ambiente, como é o caso da Acção para o Desenvolvimento (AD) que desde 1994 está a trabalhar na conservação dos ecossistemas naturais nas florestas de Cantanhés e no parque natural de tarrafes de Cacheu, situados no sul e norte da Guiné-Bissau, respetivamente.

Esta ONG tem desenvolvido muitas atividades ao nível de reflorestação, repovoamento de mangais e ao nível de educação ambiental.Em 1995, em parceria com a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), UNICEF, Ministério da Educação criaram a primeira escola de verificação ambiental – uma escola diferente das outras – virada para uma pedagogia ambiental, que funciona num regime de voluntariado. Hoje existem 32 escolas de verificação ambiental no país, em Cacheu, Tombali, Bubaque, Bolama e Bissau.

“Os resultados são óbvios, prova disso é reconhecimento do estado da Guiné-Bissau que  está a fazer a revisão curricular para introduzir a educação ambiental no currículo nacional” referiu Tomane Camará, e segundo ele, isto não acontece só na Guiné-Bissau mas em 7 países da subregião.

Tomane Camara director-executivo da AD considera que a gestão dos recursos naturais de forma sustentável deve passar pela mudança de mentalidade dos cidadãos e mudar a mentalidade das pessoas “é muito mais fácil através da educação” defendeu Camará.