“Estimativas Sobre as pessoas infectados por VIH”
23 de Julho de 2014 - (Menu/notícias/multimédia/radio) - Os índices de infeção por VIH diminuíram em vários países, mas o número global de pessoas que vivem com HIV no mundo continua a aumentar.
Um novo relatório do UNUSIDA, publicado recentemente, destacou que pelo menos 19 milhões dos 35 milhões de pessoas que hoje vivem com HIV no mundo não sabem que têm a doença.
Segundo este novo relatório, na África subsaariana quase 90% das pessoas que sabem que têm VIH estão em tratamento, mas são necessários esforços acrescidos no domínio da prevenção e do tratamento para abrandar e fazer recuar a epidemia até 2030.
De acordo com o relatório Gap (que significa "lacuna" em inglês), o maior número de pessoas vivendo com HIV encontra-se na África subsaariana.
Na Guiné-Bissau a epidemia é caracterizada pela coexistência de dois vírus, VIH-1 e VIH-2, cada um com um perfil epidemiológico distinto.
Segundo os últimos dados do Secretariado Nacional de Luta Contra Sida (SNLS), mais de 41 mil pessoas (2,5% da população) vivem com VIH na Guiné-Bissau; desse universo 6100, crianças de 0-14 anos de idade são seropositivas.
A taxa de novas infeções baixou em 3200 casos em 2013, enquanto que em 2012 tinha havido 3500 novos casos de infeção.
O combate ao VIH/SIDA é um dos oito Objectivos do Desenvolvimento para o Milénio.
Ouvimos o que os guineenses pensam sobre a importância de fazer o teste de despistagem.
Mamadu Balde, coordenador do projecto CIDA Alternag, disse que o seu trabalho incide em fazer sessões de sensibilização, aconselhamento e testes de VIH.
Pedro Mandica, que é presidente de Rede Nacional de Pessoas Seropositivas da Guiné-Bissau, disse que vive a sua doença de forma positiva, tentando ajudar os outros, visitando-os e sensibilizando as famílias para tratarem os pacientes como seres humanos normais.
A RENAP está representada em todas as regiões do país e tem como principal actividade fazer desenvolver uma forte sensibilização junto das autoridades na revindicação dos direitos. Pedro Mandica deixa aqui um apelo às pessoas para fazerem o teste de despistagem.
Dr Hamadou Boiro, coordenador do Centro de Historia e Antropologia do INEP, disse que o problema do VIH/SIDA reside na estigmatização, as pessoas não estão bem informadas e a maioria continua a não acreditar na existência da doença.
Dr. David Silva Té, director dos cuidados clínicos do SNLS, foi o nosso convidado da semana: afirmou que as pessoas podem não estar devidamente informadas sobre a necessidade de fazer o teste de VIH/SIDA, porque depois do golpe de estado de 12 Abril o Fundo Global restringiu os seus apoios, limitando-os mais aos diagnósticos, tratamentos e prevenção de transmissão de mãe para filho, mas garantiu que se uma pessoa infectada se cuidar devidamente pode viver 30 a 40 anos.