29 de Outubro de 2014 (Menu/notícias/multimédia/radio) - A problemática da droga e do crime organizado continua a dar que falar no mundo. Sobre a África, o chefe do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime Organizado para a África Ocidental e Central (UNODC, acrónimo inglês) revelou em conferência de alto nível no parlamento guineense, em Bissau, que entre 2011 a 2014 foram apreendidos 900 quilogramas de cocaína, 300 de heroína, outras substâncias nocivas ao homem e quatro toneladas de marfim.

Ao presidir a cerimónia de abertura da conferência, o primeiro vice-presidente da ANP disse que o encontro visou dotar os deputados e técnicos do parlamento com informações para melhor abordagem legislativa, seguimento e fiscalização da política do governo sobre a matéria. Adiantou que compete à ANP a criação de um ambiente político favorável para o combate, sem tréguas, ao narcótico e ao crime internacional e que, para isso, o parlamento precisa de ter acesso a informações junto dos parceiros sobre o fluxo de drogas na Guiné-Bissau.

O Representante Especial Adjunto do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, Marco Carmignani, referiu que o crime organizado e o tráfico de drogas prosperam na evidência de fraca governação, destruindo economias e instituições do Estado, gerando a corrupção e impedindo o desenvolvimento social. Contra isso, defende uma resposta partilhada, por se tratar de uma questão transnacional.

Em relação à Guiné-Bissau, em setembro findo a Policia Judiciária (PJ) apreendeu cerca de 2 quilogramas de cocaína e 27 outros de liamba, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau.

Não obstante esta apreensão, a PJ disse verificar-se agora uma redução considerável do volume de tráfico de drogas no país, comparado a um passado recente, e que a maioria de traficantes detidos é de nacionalidade estrangeira.

Como é que os guineenses encaram a problemática da droga e o combate contra o tráfico e o crime organizado? Perspetivas recolheu algumas opiniões, que passamos a seguir.

Em Quinhamel existe desde 2003 o Centro de Reabilitação de Toxicodependentes, que acolhe anualmente cerca de 125 jovens. O centro já recuperou 70% dos seus pacientes. Neste momento, 58 jovens de ambos os sexos continuam em estado de reabilitação. O Pastor Domingos Té é o seu diretor. Fala-nos aqui dos seus esforços para a reabilitação desses jovens.

Pierre Lapaque, Representante Regional do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) é o nosso convidado da semana. Na sua opinião, é impossível combater o flagelo da droga se não houver leis e vontade política.