Campanha de Registo de Armas de Guerra prolongada até 31 de maio

23 Apr 2015

Campanha de Registo de Armas de Guerra prolongada até 31 de maio

22 de Abril de 2015 - A história da república da Guiné-Bissau tem sido marcada pela instabilidade, violações de direitos humanos e fragilidade do Estado. A posse de armas em mãos de civis tem sido uma das causas e consequência dessa mesma instabilidade. Para tentar pôr fim a essa situação, as autoridades guineenses com o apoio das Nações Unidas estão a apelar à população que entregue e registe as armas em sua posse.

O Ministério da Defesa Nacional e o Estado-Maior General das Forças Armadas, no cumprimento da lei em vigor na Guiné-Bissau, lançaram uma Campanha de Registo de Armas de Guerra no passado mês de março que está a decorrer em todo o território, e que foi agora prolongada até 31 de maio de 2015.

A campanha visa dar oportunidade a todas as pessoas que detém uma arma de guerra para registá-la ou entregá-la voluntariamente. O registo é obrigatório em todo o território nacional.

O Coronel Leonardo de Carvalho, chefe da Divisão de Armamentos e Técnica do Exército, é quem está a liderar a Campanha de Registo de Armas. Para ele, "a Guiné-Bissau está a viver num período de paz por isso não há necessidade das pessoas terem armas em sua posse".

"A campanha de registo de armas de guerra é da iniciativa do Chefe de Estado-Maior General das Forças, Armadas o tenente-general Biaguê Na Tam e da ministra da Defesa Nacional. Ambos entenderam, por bem, que é chegada a hora para todas as armas serem registadas, quer estejam na posse de militares em ativo, na reserva, em mãos de antigos combatentes, quer nas mãos de seus filhos ou da população. O registo é obrigatório", explicou o Coronel Leonardo de Carvalho.

Um Oficial da Unidade de Reforma do Setor de Defesa, da UNIOGBIS, Diego Rodriguez, afirma que a iniciativa é muito importante, "porque em qualquer país todas as armas têm que estar devidamente registadas". "Neste momento, estamos a acompanhar uma delegação do Ministério da Defesa Nacional e do EMGFA à todas as unidades militares do país para ver como tudo está a correr e apoiar o pessoal do terreno", frisou.

O Capitão Alexandre Tambá, funcionário dos Recursos Humanos do Estado-Maior General das Forças Armadas é uma das pessoas que já procedeu à entrega das suas armas voluntariamente: "ficou entendido que a arma é um instrumento militar que não deve ficar espalhada por aí. Existe uma instituição responsável pelas armas, e portanto num momento de paz, elas devem ficar guardadas", sublinhou.

A população elogiou a campanha. Para o carpinteiro Domingos Nanque, "não há necessidade para as pessoas reterem suas armas, por acreditar que o país mudou e a paz veio para ficar".

Para ouvir mais sobre o tema ouça o programa de rádio da UNIOGBIS desta semana aqui