As medidas de prevenção do Ébola devem continuar na Guiné-Bissau

13 Apr 2015

As medidas de prevenção do Ébola devem continuar na Guiné-Bissau

Dia 7 de Abril, assinalou-se o Dia Mundial de Saúde este ano dedicado à alimentação. No entanto tem sido a prevenção contra o Ébola a estar no centro das preocupações das autoridades de saúde da Guiné-Bissau, assim como das agências das Nações Unidas que se ocupam do problema - OMS e UNICEF - e outras organizações da sociedade civil.

O Representante Residente da OMS, Dr. Ayigan Kossi crê que, actualmente, os parceiros em apoio ao Ministério de Saúde e ao governo, de maneira geral, estão a fazer tudo o que é preciso para que o Ébola não chegue à Guiné-Bissau.

"A acção principal é o controlo da fronteira, penso que essa actividade teve grande sucesso, porque até hoje não se verificou nenhum caso no país mas é necessário ver como podem ser preparadas as estruturas do país para caso surja um caso, possamos tratar dele" informou Dr. Ayigan.

Umarú Bâ, especialista de Saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aconselhou a não baixar a guarda "para não perdermos o jogo no último minuto".

Tony Lutug, coordenador nacional do Programa da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau para a prevenção contra o Ébola e a Cólera também está preocupado: "É verdade que hoje quando passamos nas instituições públicas, nos lugares públicos, nas escolas onde há uns meses atrás via-se baldes de águas com lixivia, as pessoas lavavam as mãos e hoje as pessoas deixaram essa prática, isso é preocupante."

"Enquanto não for declarado fim da epidemia na Guiné-Conacry e nos países estão afectados, não devemos abandonar esses protocolos de prevenção", aconselhou o especialista.

A directora clínica do Hospital Nacional Simão Mendes, Dra. Eva Martins Barbosa da Silva, reconhece que as medidas de prevenção tomadas no início eram muito mais fortes mas garante que o sistema está a reagir.

"Quando verificámos que as medidas tomadas não estavam a ser seguidas, tentamos reactivar essas medidas colocando água com lixívia para lavagem das mãos, para todas as pessoas que vão entrar no hospital. E pusemos esses baldes em todos os pontos estratégicos das instalações hospitalares do país. E com a ajuda dos nossos parceiros temos luvas disponíveis, e os nossos técnicos são obrigados a usar luvas durante as consultas."

"Para além do hospital, também temos uma equipa no aeroporto a trabalhar, onde verificam todos os passageiros dos voos que chegam ao país, e medem a sua temperatura", destacou a directora do Hospital Nacional.

Os parceiros portugueses têm dado apoio ao hospital, disponibilizando uma equipa do seu Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que vieram montar um laboratório móvel de diagnóstico de Ébola e de outras doenças tropicais.

Eva da Silva disse que toda a ajuda é bem vinda sobretudo na área de formação mas garantiu que o país está preparado para enfrentar a doença: "porque temos o mínimo necessário, os meios de diagnósticos já estão montados" adiantou.

UNIOGBIS/PIU entrevistou o cidadão comum na rua e a opinião geral é a de que embora toda a gente já saiba da existência da doença, seria bom reforçar a sensibilização nos media, nos hospitais, nas escolas, mercados, instituições públicas, em locais públicos possíveis.

"Ouvimos falar de Ébola aqui mas graças a Deus que não chegou aqui. Acho que as medidas de prevenção tomadas no início foram boas, pondo água e lixívia em todas as instituições. Apesar desta redução de prevenção, ainda se verifica em alguns locais da cidade", disse uma senhora entrevistada.

A África Ocidental está a enfrentar a epidemia de Ébola desde marco de 2014, a epidemia já matou mais de 10 mil pessoas na Libéria, Guiné-Conacri, Serra Leoa. A Guiné-Bissau faz fronteira com a Guiné-Conacri.