Dia Internacional da Paz

26 Sep 2014

Dia Internacional da Paz

24 de Setembro de 2014 (Menu/notícias/multimédia/radio) - Foi celebrado em todo o mundo no domingo passado. Na Guiné-Bissau, apesar de não ter havido nenhuma manifestação para assinalar a data, no dia 19 deste mês, pela ocasião da comemoração 90º aniversário de Amílcar Cabral, em Bafatá, o chefe do governo, Domingos Simões Pereira, referiu num improviso que, "se os guineenses não forem capazes de construir uma paz duradoira e combater a pobreza no país, então não podem declarar-se como herdeiros de Cabral".

Do golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012 a esta parte, o país, com a ajuda de países amigos e da Comunidade Internacional, tem dado passos significativos na via do retorno à normalidade constitucional, organizando eleições democráticas consideradas globalmente como livres, justas e transparentes.

É nesta óptica que realizamos a presente edição do Perspectivas sobre o Dia Internacional da Paz, com enfoque no que pode ser feito para consolidar a paz e abrir as portas ao desenvolvimento na Guiné-Bissau.

O Secretário-geral da ONU, Ban-Ki Moon, na mensagem, sublinhou que "os conflitos armados mergulham famílias, grupos e países inteiros na dor. Hoje, inúmeras pessoas sofrem com a brutalidade de promotores de guerras e terroristas. Devemos mostrar a nossa solidariedade. A paz e a segurança são essenciais ao progresso social e ao desenvolvimento sustentável".

Oiçamos opiniões de alguns guineenses sobre como consolidar a paz no país.

Para o Presidente da ANP, Cipriano Cassamá, a palavra paz já faz parte do vocabulário dos guineenses e dos seus políticos, embora, infelizmente, ela não se verificar na prática, uma vez que o medo não foi vencido no exercício da democracia. Cipriano Cassamá defendeu, por isso, que o parlamento tem que promover e reforçar a confiança entre os cidadãos e as instituições públicas. E, para que tal aconteça, vai ser reactivada e concluída na próxima sessão, a Conferência Nacional para a Paz e Reconciliação Nacional.

A juventude da Acção Cidadã, um movimento de jovens quadros guineenses, surgido após o golpe de Estado de 12 de abril, considera a liderança como o primeiro passo para consolidar a paz através do reforço do funcionamento das instituições de Estado. Perspetivas manteve um encontro com Dautarim da Costa, um dos membros do movimento.

Para consolidarmos a paz que temos, é preciso não repetir os erros do passado. E, esses erros do passado, é que temos de aceitar, por que estamos num país em que há muita exclusão social, afirmou a Dra. Filomena Mascarenhas Tipote, investigadora e membro da ONG Voz de Paz.

O músico Zé Manel, da primeira geração de músicos guineenses que teve uma grande carreira internacional coroada de sucesso, é o nosso convidado da semana. Na sua opinião, a construção de paz na Guiné-Bissau é uma tarefa de todos: músicos, artistas, políticos, etc.. Ainda, segundo ele, para que haja a paz, é preciso gostar da Guiné-Bissau tal como gostamos da nossa casa.