Dia Internacional da Democracia – Caso da Guiné-Bissau

23 Sep 2014

Dia Internacional da Democracia – Caso da Guiné-Bissau

17 de Setembro de 2014 (Menu/notícias/multimédia/radio) - No dia 8 de novembro de 2007, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 15 de setembro como o Dia Internacional da Democracia, convidando os Estados-membros, o Sistema das Nações Unidas e organizações regionais, sub-regionais e não-governamentais para celebrarem o ato que promove uma oportunidade para rever a situação da democracia no mundo.

Numa mensagem a marcar a efeméride, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considera que este dia deve servir como lembrete de que a democracia não pode ser exportada, ou imposta desde fora; deve ser gerada pela vontade das pessoas, e alimentada por uma sociedade civil forte e activa.

Hoje em dia, a maior parte das nações têm vindo a adoptar o modelo da democracia para melhor gestão da governação e do bem-estar dos cidadãos.

Na Guiné-Bissau, o regime semipresidencial com o sistema parlamentar monocamaral foi estabelecido no país em 1991 e as primeiras eleições multipartidárias tiveram lugar três anos depois. Em 20 anos de exercício da democracia, o pais realizou sete eleições e testemunhou nove primeiros ministros.

Por esta razão são colocadas varias questões: o que é que esta na origem da fragilidade das instituições democráticas do país? Quais são os desafios da democracia? O que e que se deve fazer para consolidar a democracia na Guiné-Bissau?

Ouvimos a opinião dos cidadãos sobre o que se deve fazer para consolidar a democracia na Guiné-Bissau.

Na comemorações do nonagésimo do nascimento de Amílcar Cabral em Bafata, o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira dirigiu uma mensagem ao povo em manter o espírito de Cabral nas suas vidas, e disse que se não formos capaz de unir, pôr a paz, reconciliação, combater a pobreza não estamos a herdar o Cabral.

A presidente da Assembleia da Plataforma Política das mulheres, Antónia Adama Djaló, disse que a democracia chegou numa boa altura, só que o povo não a percebeu bem, o que mergulhou o pais em instabilidade constante.

Na opinião do presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Osvaldo Nanque, a juventude tem acompanhado a democracia e, sobretudo, os resultados a que ela conduziu nos últimos tempos, resultados esses de certo modo desastrosos, que provocaram o descrédito do sistema e da classe política pelo povo. Existe alguma desorganização ao nível do Estado, o que se reflecte na sociedade. Isso encerra alguma preocupação, disse.

O reitor da Universidade Colinas de Boé, Fafali Kudawo, disse que a Guiné-Bissau está a enveredar-se pelo caminho da democracia desde 1991 mas, devido a vários atropelos, não foi possível a sua implementação.

Para que a democracia tenha sucesso na Guiné-Bissau, o reitor deixou três recomendações.
O presidente da Comissão Especializada Permanente para os Assuntos Jurídicos, Constitucionais, Direitos do Homem e Administracão Pública, Gino Cardoso é o nosso convidado da semana. Para ele o país está em democracia, mas dentro de certos avanços e recuos e as vezes os recuos são mais profundos do que os avanços.

No dia 15 de setembro presidente da ANP, Cipriano Cassamá, na cerimónia de lançamento do colóquio sobre os "Vinte Anos de Democracia, Balanço e Desafios", a decorrer em outubro que vem em Bissau, disse que os vinte anos da democracia na Guiné-Bissau deverão servir de reflexão e perspectiva para todos os guineenses.