22 de maio de 2015 - O Dia Internacional da Biodiversidade, dia 22 de maio, foi comemorado este ano sob o lema a "Biodiversidade para o Desenvolvimento Sustentável".
"Qualquer quadro de desenvolvimento sustentável deve fornecer as condições favoráveis à conservação e utilização sustentável da biodiversidade," disse o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon na sua mensagem alusiva a data.

A Guiné-Bissau já está a seguir estes passos, tendo colocado a biodiversidade no centro da sua estratégia de desenvolvimento do país apresentada na mesa redonda de doadores em Bruxelas em Março deste ano.

Desde os anos 90 que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), está a trabalhar com o governo da Guiné-Bissau, mais concretamente com o Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau no domínio da formulação da estratégia nacional da biodiversidade e o seu plano de acção, como também assistir as autoridades na mobilização de recursos para os seus esforços da preservação da biodiversidade.

O coordenador do projecto de resiliência e mudanças climáticas do PNUD, Dauda Saw disse que "neste momento estão a assistir o governo no seu esforço de preparar para se adaptar aos desafios que as mudanças climáticas colocam e na elaboração de política de ambiente e desenvolvimento durável no sentido de ajudar as autoridades da Guiné-Bissau tornar a sua politica e legislação mais resiliente à mudanças climáticas e mais sensível ao ambiente".

Entre outras medidas, o IBAP pretendeabrir mais dois parques terrestres e três corredores de fauna de grande porte. Com aberturas de novos parques terrestres, a Guiné-Bissau passará a ser o país com mais áreas protegidas da costa ocidental de África.

Segundo os dados do IBAP, um quinto do território da Guiné-Bissau é constituído por áreas protegidas ou seja 14,5% do território nacional.

A Guiné-Bissau está assim na vanguarda de países que olham para a biodiversidade como recurso económico importante e como aspecto essencial para futuro. No entanto as ameaças à biodiversidade como a desmatação, pesca abusiva, queimadas, distribuição dos ecossistema para loteamento e a poluição de rios, persistem.

Nos últimos dois anos foram registados cortes desenfreados de madeira em quase todas as matas densa do país, cujas consequências não se podem medir a curto prazo. Para tentar travar o problema, o governo baniu o corte de madeiras por um período de cinco anos com o objectivo de repor as florestas e criou um comité técnico para gestão da madeira apreendida que se encontra neste momento na região de Oio a apreensão e recolha de todas as madeiras cortadas no território nacional.

O porta-voz deste comité, Degol Mendes, explicou que "o comité foi criado para fazer a apreensão e recolha de todas as madeiras cortadas no território nacional e neste momento o governo não distinguiu quem cortou legalmente ou não, a ordem expressa é de apreender toda a madeira. Degol Mendes adiantou ainda que não existe nenhuma decisão sobre o futuro das madeiras apreendidas, mas após a apreensão das mesmas, irão abrir uma fase de reclamações para permitir às pessoas fazerem reclamações. Depois do Oio, o comité vai também para a região de Bafata, Gabu, Quinara, Tombali, informou este responsável".
O secretário executivo da ONG Tiniguena, Miguel de Barros realçou os trabalhos da sociedade civil na luta pela preservação da biodiversidade nacional e garantir recursos para a população que vive nessas áreas.

Este activista e ambientalista sugeriu "que fosse aplicada a lei florestal e ao mesmo tempo fazer um diagnóstico exaustivo de essências florestais para medir o impacto e nível de exploração levado a cabo nos últimos dois anos para depois avaliar o tipo de orientações técnicas que podem também influenciar medidas políticas importantes para medir a capacidade de exploração depois do período da moratória".

Para saber mais sobre o tema, ouça o nosso programa de rádio desta semana.