Mesa-redonda de Bruxelas dá frutos

31 Mar 2015

Mesa-redonda de Bruxelas dá frutos

25 de Março de 2015 - os parceiros internacionais de desenvolvimento prometeram a 25 de março mais de 1 bilhão de euros para apoiar o desenvolvimento socioeconómico da Guiné-Bissau. O fundo irá apoiar o plano Estratégico de Desenvolvimento do governo, batizado Terra Ranka (um novo começo em Português), que visa garantir o desenvolvimento sustentável a longo prazo, consolidar a paz e estabilidade, e aumentar o crescimento económico.

Na mesa-redonda, co-organizada pelo Governo da Guiné-Bissau, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a União Europeia (UE), foram mobilizados apoios e recursos financeiros para a implementação do Plano Estratégico e Operacional de Desenvolvimento da Guiné-Bissau para os próximos cinco anos.

Os parceiros internacionais, como o Banco Mundial (BM), o Banco Africano para Desenvolvimento (BAD), a União Africano (UA), a Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também contribuíram na organização da conferência. A reunião contou com os principais parceiros bilaterais da Guiné-Bissau, caso dos EUA, Brasil, Reino Unido, França, Espanha, Portugal, Canadá e China, organizações multilaterais, como a parceria Global para a Educação, os fundos globais, tais como o Fundo Global de Combate ao HIV , Tuberculose e Malária que também participaram na conferência.

"Esta estratégia baseia-se, em primeiro lugar, numa visão compartilhada sobre o tipo de sociedade que queremos construir ao longo dos próximos dez anos", disse José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-Bissau. "Em 2025, o nosso país estará no seu caminho para se tornar uma sociedade próspera e inclusiva, que irá promover o aumento de níveis de vida com base no desenvolvimento sustentável das terras excepcionais do nosso país e da biodiversidade marinha", acrescentou.

"As Nações Unidas continuarão a apoiar o Governo e o povo da Guiné-Bissau através do plano Quadro de Desenvolvimento da ONU, elaborado conjuntamente com o Governo e estimado em 300 milhões de dólares norte-americanos, através do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau," disse, o Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel dos Anjos Trovoada.

A União Europeia (UE) anunciou a retoma da cooperação e proporcionar novos financiamentos à Guiné-Bissau no valor de 160 milhões de euros.

O PNUD e a União Europeia têm sido parceiros da Guiné-Bissau durante o período de transição para a ordem constitucional. Durante as eleições gerais de 2014, ambas as instituições apoiaram o processo eleitoral no país.

"O PNUD vai continuar a fortalecer as instituições do Estado, incluindo a de Defesa, Segurança e Justiça, para consolidar a estabilidade e o Estado de direito, a participação democrática e acesso à igualdade de oportunidades para todos", disse Ruby Sandhu-Rojon, Diretor-Adjunto do Gabinete Regional do PNUD para a África Ocidental.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do PNUD de 2014, a Guiné-Bissau está na 177ª posição na lista de 187 países classificados. Quase a metade dos seus 1,7 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza.

Desde 2014, o Governo democraticamente eleito comprometeu-se a trabalhar na consolidação da democracia, na reforma da justiça e na prestação de serviços básicos, como eletricidade e água. O Plano Estratégico e Operacional do novo Governo para 2015-2020 define a visão de um país politicamente estável e com um desenvolvimento inclusivo, bem como boa governação, a preservação da biodiversidade através do desenvolvimento de infra-estruturas, turismo, agro-indústria, entre outros.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Presidente José Maria Vaz, Presidente senegalês, Macky Sall e Sub-Secretário-Geral e Chefe do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman, que entregou uma declaração em nome do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e Neven Mimiça, Comissário Europeu para o Desenvolvimento e Cooperação Internacional.