Dia Internacional da Mulher: Programa de Rádio da ONU

11 Mar 2015

Dia Internacional da Mulher: Programa de Rádio da ONU

11 de Março de 2015 (Menu/notícias/multimédia/rádio) - "Empoderar mulheres, empoderar a humanidade" é o lema escolhido este ano para celebrar o Dia Internacional das Mulheres.
O Secretrário Geral da ONU apelou à união entre os Estados na resposta à perseguição das mulheres e meninas por parte de extremistas violentos e acrescentou que este é um ano vital para fazer progressos na causa dos direitos humanos das mulheres.

Adiantou que a comunidade internacional está a trabalhar arduamente para estabelecer uma nova agenda de desenvolvimento sustentável pós 2015, para fazer da igualdade de género e empoderamento das mulheres uma prioridade. O mundo nunca irá concretizar os seus objectivos a 100% se 50% da sua população não conseguir realizar o seu potencial em pleno.
Na Guiné-Bissau as mulheres continuam a enfrentar sérios problemas na educação, porque constituem 52% da população, mas são menos alfabetizadas. Na saúde, a taxa da mortalidade materno-infantil continua alta, apesar de alguma melhoria. A questão da mutilação genital feminina persiste, apesar da existência da lei que, no entanto, tem uma fraca aplicabilidade.
As mulheres guineenses têm uma fraca representação nos órgãos da tomada de decisão, num governo de 16 ministérios só 4 são liderados por mulheres. O parlamento é constituído por 101 deputados e só 16 são deputadas.

Por essa razão, no passado dia 11 de fevereiro, a Plataforma Política das Mulheres entregou às autoridades nacionais um documento estratégico de lobbing e advocacia a favor da promoção dos direitos humanos e igualdade de género das mulheres nomeadamente a sua participação na esfera de tomada de decisão, contra a violência baseada no género e empoderamento económico.

No âmbito da celebração do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, Perspectivas foi à rua recolher as opiniões dos citadinos de Bissau, que consideram justa a reivindicação da Declaração de Canchungo.

Esta recolha de opinião pública reflecte mais ou menos como as pessoas pensam sobre os problemas que as mulheres enfrentam. Para ter uma nocao real destes problemas, Perspectivas foi ao mercado de Bandim e encontrou com três mulheres de diferentes actividades. Aqui está a reportagem da Isabel Nunes Correia.

Munira Jaud é uma empresária que opera na fileira de caju e paralelamente traz congelados para o país. Considera-se uma empresária oprimida e descriminada, porque submeteu vários projectos a organizações internacionais que favorecem mais projectos masculinos.
A empresária deixa um apelo à sociedade guineense.

Para a Ministra da Defesa Nacional, Cadi Mané, os grandes desafios das mulheres guineenses continuam a ser a luta pela participação na esfera de tomada de decisão.
Anabela Bianque Bull é jornalista e directora de programação e coordenadora do estúdio de Bissau da Rádio Solmansi. Em finais de 2014 ganhou o prémio de destaque em jornalismo de direitos humanos. Depois de receber o prémio, que partilha com toda a equipa da RSM, Anabela afirma que continua a faltar às mulheres solidariedade feminina para ganharem força.
A Representante Residente da ONU Mulheres na Guiné-Bissau, Maria Leaticia Kaysiré, disse que a sua organização pretende este ano desenvolver vários projectos com vista á integração do género no plano macroeconómico.

Odete Semedo, ministra de Educação Nacional, é a nossa convidada da semana. Na sua opinião, a política pública do governo está a mudar, porque o ministério vai implementar para o ano lectivo 2016-2017 uma comissão de bolsas internas para incentivar as meninas de famílias mais desfavorecidas a irem a escola, obtendo dupla certificação, uma para ir à universidade e outra, profissional, para entrar no mercado de emprego.