Guiné-Bissau no Relatório de Desenvolvimento Humano 2014

24 Oct 2014

Guiné-Bissau no Relatório de Desenvolvimento Humano 2014

22 de Outubro de 2014 (Menu/notícias/multimédia/radio) - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou no passado dia 17 de outubro, em Bissau, o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2014, sob o tema "Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência". A data coincidiu com Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza.

O evento contou a participação do primeiro-ministro, ministros de Economia e Finanças e Justiça, membros do governo, corpo diplomático, representantes das agências, fundos e programas das Nações Unidas, representações de mulheres e jovens, investigadores, economistas, membros da sociedade civil e jornalistas.

O RDH 2014 indica que entre 2000 a 2013 a África subsariana registou a segunda maior taxa de progresso no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apesar de ser a região mais desigual do mundo.

A Guiné-Bissau é classificada pelo relatório no 177º lugar entre os 187 países classificados. O país caiu quatro posições de 2008-2013, com o Índice de Desenvolvimento Humano de 0,396, cuja esperança de vida é de 54 quatro anos de idade.

"Perspectivas" entrevistou os participantes no lançamento do RDH e recolheu as suas impressões, expectativas e sugestões para que a Guiné-Bissau mude de posicionamento.
Na abertura da cerimónia, o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, disse que a classificação do país não é estranha, porque enfrenta problemas graves de pobreza, educação, saúde e falta de outros serviços básicos fundamentais. O relatório convida-nos a assumir o desafio.
Aida Aminata Fadia, coordenadora de grupo temático Protecção e Reinserção de Vítimas na Rede Nacional de Luta contra Violência no Género e Crianças, sugeriu que para sairmos desta situação devemos trabalhar na consolidação da paz e Estado de Direito.

Antero de Pina, representante adjunto da UNICEF na Guiné-Bissau, disse que houve uma diminuição do país no posicionamento mundial devido a instabilidade política e à crise económica internacional nos últimos cinco anos.

Filomena Tipote, do Movimento de Paz, afirmou estar satisfeita com o RDH, mas aconselhou que se deve redobrar os esforços contando com as capacidades internas e aproveitando outras oportunidades para sermos mais robustos e reflectirmos sobre uma política social mais equilibrada.

Um dos oradores, José de Almeida, do Instituto Benten, disse ter ficado com a impressão, dada a participação do governo no lançamento do relatório, de que este realmente está empenhado em tentar inverter a situação e isso vai permitir progredir no índice de desenvolvimento humano.

Como convidado da semana temos Inácio Ié, economista nacional de PNUD. Afirmou que o relatório chama atenção aos decisores para preservar as qualidades e ganhos obtidos durante anos e fortalecê-los.