Consequências de escassez das chuvas no país este ano

28 Aug 2014

Consequências de escassez das chuvas no país este ano

27 de Agosto de 2014 (Menu/notícias/multimédia/radio) - A produção agrícola na Guiné-Bissau este ano pode estar comprometida. A previsão dos serviços meteorológicos da Guiné-Bissau já tinha alertado um início tardio das chuvas e sua escassez, segundo os técnicos do sector agrícola pode levar o país a conhecer um défice de 89 mil toneladas de arroz, o cereal mais consumido pelos guineenses.

Para atenuar eventual impacto de mau ano agrícola, o governo conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que aprovou o programa "Salvar a Campanha Agrícola", orçado em 500 mil dólares.

O Engenheiro agrónomo e Director do Serviço da Engenharia Rural, Rui Djata, diz que a Guiné-Bissau precisa lutar contra a dependência das chuvas, criando estratégias de controlo das águas de chuva, através de infra-estruturas de ordenamento hidroagrícola e da construção de micro-barragens anti sais, para reter a água salgada.

Perspectivas ouviu instituições que trabalham na área como ANAG, associação de Imp/Exp, FAO, sociedade civil e direcção geral da agricultura para se inteirar melhor da situação.
Ouvimos a opinião dos cidadãos sobre consequências de escassez de chuva e fraca produção agrícola.

O presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné, Mama Samba Embaló, considerou que a situação de chuva este ano no país é a mesma que se verifica nos outros países da África Ocidental. Tudo está condicionado às alterações climáticas cuja regra não podemos fugir.

O Presidente da Associação de Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau, Mamadu Iero Djamanca disse que o governo precisa fazer um levantamento de estoque que existe no país como também reduzir taxas e impostos sobre os produtos da primeira necessidade.
O director executivo da ONG Acção para Desenvolvimento (AD) e coordenador da Rede da Sociedade Civil para a Soberania Alimentar e Nutricional na Guiné-Bissau (RESAM-GB), Tumane Camará, confirmou que realmente haverá défice alimentar no país mas isso porque não se fez o trabalho de casa.

De acordo com o Assistente do programa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Rui Jorge Fonseca, o governo da Guiné-Bissau solicitou apoio dos seus parceiros, incluindo o FAO e outras agências das Nações Unidas para a concretização do programa denominado "Salvar a campanha agrícola".

O Director-geral da Agricultura Eng. Júlio Malam Injai é o nosso convidado da semana. Para ele, se a preocupação do Presidente da República é para os guineenses meterem as mãos na lama, isso significa também um gesto de reconhecimento da importância do sector agrícola da Guiné-Bissau.

A bem pouco tempo, o Presidente da República, José Mário Vaz, manteve um encontro com engenheiros agrónomos afectos ao Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural para discutir e traçar uma estratégia nacional de promoção e produção do arroz no país.