Dia Internacional da Juventude

15 Aug 2014

Dia Internacional da Juventude

13 de Agosto de 2014 - (Menu/notícias/multimédia/radio) - Em 2005, as Nações Unidas questionavam – “Como é que deixámos transformar o que deveria ser o nosso melhor trunfo – a juventude – numa ameaça à segurança?” A situação da juventude na África Ocidental é uma preocupação crescente.

Na CEDEAO, o nível de desemprego juvenil é alarmante: 33 por cento da população são jovens entre os 15 e os 24 anos e, destes, 70 por cento não têm trabalho. Na Guiné-Bissau, acima de 22 por cento da população adulta está fora do mercado laboral, e o trabalho infantil arrasta 38 por cento das crianças entre os 5 e os 14 anos, segundo o Relatório para o Desenvolvimento Humano 2014, do PNUD.

Estes níveis de desemprego são apenas uma parte do desafio, porque também há subemprego, trabalho precário de longas horas e magro salário, e o refúgio de uma significativa franja da juventude nas bancadas dos centros urbanos e nas tabancas, tantas vezes em sinal de protesto contra o abandono a que estão votados. A precariedade do ensino, o custo da escolaridade, a fragilidade política e económica do país são factores adicionais a ter em conta no perfil da juventude que quer acreditar no seu futuro.

Na Guiné-Bissau, a juventude militante dos anos 80 difere muito da de hoje, que não é obrigada a estar politizada para triunfar - profissional e socialmente – porque se lhe abriram ao longo das últimas duas décadas novas oportunidades que o regime democrático pôde ir oferecendo.

Hoje, em vez de alinhamento apenas em torno de partidos políticos, como únicos capazes de dar oportunidades, a juventude guineense criou as suas próprias organizações, como a RENAJ, CNJ, etc., em defesa de direitos fundamentais como os da Educação, Formação e Emprego.

Ouvimos opiniões importantes sobre a problemática do desemprego e a saída do empreendedorismo, uma porta para a liberdade económica fora do ciclo do funcionalismo público.

Dito Max, presidente do Conselho Nacional da Juventude, afirmou que os jovens têm que estar no centro da agenda governativa da Guiné-Bissau durante os próximos anos, sendo para tanto necessário consolidar uma política nacional da juventude.

O responsável do Centro de Formação e Instrução Artesanal e Profissional da Guiné-Bissau, padre Lídio Roma, disse que durante 30 anos de trabalho já foram formados mais de 600 técnicos profissionais em diferentes áreas e que a maioria está a trabalhar no domínio da sua formação.

A Ministra da Educação Nacional, Odete Semedo, disse que a problemática de formação técnico-profissional para a juventude guineense sempre constituiu uma das prioridades do governo, mas defendeu que, neste momento, a prioridade imediata é a definição de uma política nacional para a formação técnico-profissional. Oiçamo-la.

O nosso convidado da semana é o Secretário de Estado da Juventude, Cultura e Desportos, Tomaz Gomes Barbosa. Para ele, a juventude é a faixa de população mais numerosa na Guiné-Bissau, devendo ser alvo do esfoço colectivo para o desenvolvimento nacional. Mas, ao longo dos tempos, esta nossa juventude careceu de uma política orientadora do sector, apontou.